As eleições municipais de 2024 para prefeitos e vereadores tendem a seguir o forte caminho da polarização entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa polarização, que ficou evidente nas eleições presidenciais passadas, continua a influenciar o cenário político, particularmente no Nordeste, com reflexos diretos nas campanhas e nas estratégias dos candidatos municipais.
Lula tem muitos candidatos a prefeito e vereador que se identificam com a esquerda e que terão o apoio do presidente, explorando a influência e o legado do petista. Sua imagem está sendo usada para atrair eleitores que apoiam políticas sociais e econômicas voltadas para a inclusão e o desenvolvimento nordestino.
Por sua vez, do lado bolsonarista, os candidatos alinhados à direita procuram o endosso de Bolsonaro. Eles enfatizam temas como segurança pública, conservadorismo nos costumes e liberalismo econômico, que são marcas do ex-presidente.
A retórica das campanhas tem sido marcada por uma acentuada divisão ideológica. De um lado, os candidatos apoiados por Lula focam em criticar as políticas de Bolsonaro, especialmente no que diz respeito à gestão da pandemia e questões sociais. De outro, os candidatos bolsonaristas atacam a corrupção associada aos governos petistas e defendem uma agenda de “valores tradicionais” e “ordem”.
O eleitorado também está dividido, com muitos eleitores já definidos em suas preferências, seguindo a polarização nacional. Essa divisão está presente tanto em grandes centros urbanos da Bahia a São Luis, quanto em municípios menores, influenciando diretamente as campanhas locais.
As redes sociais têm desempenhado um papel crucial na disseminação de mensagens e na mobilização dos eleitores. Grupos de apoio a Lula e Bolsonaro estão muito ativos, criando uma atmosfera de constante debate e confronto online.
Essa polarização pode levar a uma maior participação eleitoral, já que tanto os eleitores de esquerda quanto os de direita estão fortemente motivados a votar. No entanto, também pode resultar em um ambiente político mais tenso e fragmentado, com menos espaço para o diálogo e o consenso.
A influência de Lula e Bolsonaro nas eleições municipais será um reflexo da profunda divisão política que marcou o Brasil nos últimos anos. Essa dinâmica promete continuar a moldar o cenário político do país, tanto a nível local quanto nacional. E o que sair das urnas ditará as regras para o pleito principal de 2026, quando, mesmo sem Bolsonaro, seus aliados, espera-se, terão palanques fortes.