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Eleitor-pêndulo vai ditar a norma na corrida às urnas

Anatomia é o estudo microscópico ou macroscópico da estrutura física dos seres orgânicos, tendo em vista a forma e a disposição dos seus órgãos. Faço uso metafórico da palavra para refletir sobre o voto de todos nós, eleitores brasileiros. Como uma migração pendular, movimento do qual um fenômeno que não se trata propriamente de uma migração, pois é uma transferência momentânea, diária, vai de um lado a outro. Então, nada de votar em branco ou nulo, hein! O voto é partidário. Apesar da aridez dos tempos.

Por outro lado, chamo a atenção para o pêndulo, um instrumento que serve de ligação entre o inconsciente e o consciente. Também pode ser um instrumento de pesquisa, procura divinatória que você tem em suas mãos.

Segundo Jurandyr Czaczkes Chaves, mais conhecido como Juca Chaves – compositor, músico e humorista brasileiro -, nos anos 70, o general Figueiredo, então presidente do Brasil, em visita a uma escola da periferia do Rio de Janeiro, com os alunos perfilados, ao cumprimentar algumas crianças, questionava-as sobre o que queriam ser quando crescessem. Um garoto respondia “advogado”, outro respondia “médico”, “bombeiro”, até que um franzino de cabeça baixa disse: “Quero ser presidente”.

O general parou abruptamente, voltou-se para seus guarda-costas e sapecou: “Fiquem de olho neste moleque”.

Ficou a lição. Que fiquemos de olho nos candidatos a presidente e a governadores em 2018.

Na verdade, são poucos os que nascem com aptidão (para ser isso ou aquilo) ou que já possuem seu voto definido, antes de iniciar-se um pleito eleitoral. Seríamos todos eleitores-pêndulo!?

De todas as coisas, de inconsciente a consciente, na hora do voto – buscando divindades para salvar a pátria amada – de forma geral, poderíamos dizer que a manipulação do voto é uma espécie de tecnologia da magia. Em tempos de redes sociais, grupos de WhatsApp e lei eleitoral rígida, podemos ter a certeza de uma coisa: ser eleitor-pêndulo trará alguns flashes de iluminação que podem te levar a esclarecimentos.

Entre eleitores-pêndulo, na realidade atual, imperam entre o votar em branco ou anular-se o voto, a princípio. O que vai acontecer é que, enquanto você desenvolve suas habilidade e confiança junto aos candidatos a salvar a pátria ou o seu Estado, certamente descobrirá nestas coisas algo a seu respeito. Uma delas – muito importante – é a de termos uma visão de nós mesmos e do mundo que nos cerca.

Enquanto direita e esquerda ostentam seus candidatos para 2018, o centro, na intermediária das disputas, mostra-se árido, infértil. Diante desse cenário, cabe uma pergunta: quais seriam as qualificações exigidas oficialmente para o exercício da atividade maestra de conduzir o País ou uma das unidades da Federação? Nesse ambiente espectral, tudo pode acontecer. Embora inacreditável, não admira que uma nova hipótese comece a tomar forma: a de um Michel Temer (MDB) candidato à reeleição.

São inúmeros, naturalmente, os flancos a que está exposta a ideia da reeleição de Michel Temer. Mas, numa situação em que também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o ex-presidente Fernando Collor (PTC) chegam a animar-se para a disputa, nada mais espanta.

Como nenhum serve, serve qualquer um. O talento dos marqueteiros políticos nunca terá sido, provavelmente, tão desafiado.

Normalmente, a expressão “fazer a anatomia” está relacionada com a ação de dissecar um corpo, ou seja, abri-lo cirurgicamente e analisar cada parte do seu organismo. Usando novamente da metáfora, façamos um dessecamento das propostas apresentadas pelos candidatos a presidirem a nação e votemos com a iluminação de eleitores-pêndulo. Só assim podemos dizer: Inova Brasil!

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