“Só se atiram pedras em árvores carregadas de frutas”. O velho provérbio árabe pode efetivamente retratar vários momentos cotidianos. Levando para um contexto político de campanha, o alvo é sempre aquele que está à frente nas pesquisas.
No Distrito Federal, as pedras são traduzidas nos ataques em programas eleitorais e nas redes sociais. Alguns estão com seus emissários devidamente identificados e outros velados.
Mas o candidato petista ao Senado Federal Geraldo Magela deu a cara a tapa. Preferiu mostrar o atirador. E nas entrelinhas de seus textos, sem citar nomes, a mira.
A árvore, no caso, é o deputado federal pelo PDT, José Antônio Reguffe. Os frutos não são necessariamente seus projetos de leis ou mesmo sua abnegação por salários baixos (no Congresso Nacional) e outros adventos oriundos da Câmara Federal.
O que preocupa Magela, são os números das diferentes pesquisas de opinião pública. Em todas elas, Reguffe apresenta o dobro do percentual registrado pelo segundo colocado na corrida ao Senado. E o segundo, todos sabem, é o petista que ocupou a Secretaria de Habitação no fracassado governo de Agnelo Queiroz..
Considerado na eleição passada como o deputado mais bem votado proporcionalmente em todo o país, o pedetista desponta em levantamentos com o mínimo de 36% da intenção de votos. A arma que ele emprega em seus discursos é o mesmo que fez de Reguffe um deputado respeitado por toda a sociedade: moralidade na política. E em meio a tantos escândalos de corrupção vindos à tona agora, o tema não é de se jogar fora. Reguffe sabe disso.
No Facebook a cada dia aparecem vídeos com ataques ao parlamentar. Um “filmete”, de quase dois minutos, do ano de 2009, acusa Reguffe de omissão em alguns casos pouco republicanos na mal falada Câmara Legislativa. Entretanto, o vídeo não prova nada.
Deixando transparecer seu desespero por causa dos números, Magela tem usado uma estratégia velha: tentar desconstruir a imagem de bom moço de Reguffe. Para tanto, o petista usa no horário político gratuito, personagens cultos para ensinar e trabalhadores humildes para acreditar nos ensinamentos.
“Bonitinho por fora e oco por dentro”, diz a auxiliar de limpeza no comercial do petista. Os outros dois personagens, os mais cultos, encenando um programa, explicam aos ouvintes/telespectadores que os projetos defendidos por Reguffe já existem no Congresso nacional.
A saraivada de “pedras” tem sido uma constância na campanha de Reguffe. Ele mesmo já divulgou vídeos rechaçando acusações. Cinco de outubro vai definir quem jogou certo: Reguffe ao pregar a moralidade na política ou seus adversários, que preferiram as pedras.
Aliás, pela expressiva votação que promete receber, Reguffe está demonstrando que tem um fiel escudeiro contras as pedradas. É o povo que certamente fará dele senador da República.
Elton Santos