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Hora do pesadelo

Eleitor vai tentar exorcizar Marçal, o candidato Freddy Krueger paulistano

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João Zisman - Foto Reprodução X

O povo de São Paulo tem vivido montanha-russa política por esses dias. Por um breve momento, houve esperança de que, com uma decisão da Justiça Eleitoral, a cidade poderia se ver livre de uma candidatura que mais parece uma piada mal contada. Pablo Marçal, uma figura com uma ficha, digamos, “nebulosa”, teve sua candidatura mantida, e assim a capital paulista perdeu uma oportunidade de ouro: livrar-se do verdadeiro pesadelo em forma de político.

Para quem não está familiarizado com Marçal, ele é uma espécie de versão alternativa de um candidato que, se protagonizasse um filme de terror político, seria o Freddy Krueger da Hora do Pesadelo. É claro, nem todos os políticos podem ser candidatos dos sonhos, mas Marçal conseguiu a façanha de ser um antagonista que nem os mais criativos roteiristas poderiam imaginar.

Falando em roteiristas, há quem diga que até Jair Bolsonaro, o ex-presidente conhecido por declarações no mínimo polêmicas, andou tropeçando nessa história. Em uma recente entrevista, ele deixou escapar que Ricardo Nunes, atual prefeito e candidato à reeleição, não é exatamente o seu “candidato dos sonhos”. Quem pode culpá-lo? A julgar pela reação da população, Nunes também não é o candidato dos sonhos de muita gente.

No entanto, o comentário mais interessante de Bolsonaro nessa entrevista não foi sobre Nunes, mas sobre Marçal. Afinal, Bolsonaro, mesmo sem perceber, acabou entregando que Marçal talvez não seja tão inofensivo quanto parece. O ex-presidente deve ter sido avisado que o falastrão não só atirou verborragia contra ele no passado, mas também tem ganhado terreno em seu eleitorado.

Marçal é uma figura que, de tão caricata, parece saída de uma paródia política. Seu discurso muitas vezes se assemelha a um samba atravessado, algo como a letra da música dos Originais do Samba que diz: “do lado direito da Rua Direita…” Marçal parece estar sempre do lado direito, mas de um jeito completamente desequilibrado .

E assim, São Paulo segue sua tragicomédia eleitoral. Se Ricardo Nunes não é o candidato dos sonhos, e Marçal é o próprio pesadelo em forma de pessoa, resta ao eleitor paulistano salvar a história votando com sensatez para salvar o final dessa história.

Uma coisa é certa: em São Paulo, o enredo dessa eleição ainda está longe de acabar.

Que medo!

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