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Inteligência e bestialidade

Em tempos de pacote, PF fura embrulho da rataria contra a democracia

Publicado

Autor/Imagem:
Arimathéia Martins - Foto de Arquivo

Em tempos de pacote fiscal, todo cuidado é pouco com os embrulhos mal-acabados que se disseminaram pelo país desde que o comando nacional mudou de mãos, em janeiro de 2023. Desembrulhado pela Polícia Federal esta semana, o mais assustador e sombrio dos pacotes foi o golpe concebido dentro do Palácio do Planalto pela súcia vinculada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Fracassado antes mesmo de ser entregue à sociedade, o pacotaço continha planejamentos de tomada do poder de fazer inveja a qualquer dos déspotas que ainda pululam pelo mundo.

A diferença estava na inteligência. O que sobra nos verdugos que a gente conhece faltou aos que conceberam e aprovaram o pacote destinado a boicotar a vitória da liberdade, consequentemente a reencarnação de Luiz Inácio, o que é chamado de ladrão por aqueles que representam o que há de pior na sociedade: os golpistas e mentirosos. Contra gregos, baianos e tiranos, Lula da Silva e Geraldo Alckmin subiram a rampa, a mesma rampa que, uma semana após a posse, quase foi destruída junto com parte das sedes dos Três Poderes.

O ato falho dos caciques da bestialidade atingiu quem o promoveu e acabou servindo para consolidar definitivamente a força daqueles que, ladrão ou não, trabalham em favor da democracia. Dizer que o golpe foi – ou é – uma invenção da esquerda é pior do que assumi-lo. Por exemplo, como explicar que o núcleo duro e financiadores do então governo investiram milhões para bancar e fantasiar milhares de “patriotas” serviçais apenas para brincar de golpe. Se para os boçais era uma brincadeira, os mentecaptos, validados pela estultice do ditador que os estimulava, agiram com seriedade e extrapolaram. Por isso, estão ou serão presos.

Em nome do mantra do demo transviado, os “patriotas” viraram terroristas. Em um dia que passou para a história, eles e se acharam no direito de enlamear a imagem do Brasil no exterior e de quebrar, atirar pedras e bombas em prédios públicos, jurar de morte o presidente e o vice que desalojaram o maior engodo que o país já teve e perseguir magistrados que tiveram coragem de enfrentar a covardia de vândalos e de fascistas fardados ou travestidos de cidadãos de bem.

A verdade dói, mas, além do acaso, o golpe elaborado nas entranhas da presidência de Bolsonaro só não ocorreu porque a rataria que chafurdava no Planalto superdimensinou seus poderes e a força do roedor forjado nos esgotos da política fisiológica. Se ele é tão forte e capaz como dizem, por que está com medo de ser preso por uma besteirinha à toa? Lula foi, jamais imaginou fugir para uma embaixada amiga e voltou nos braços do povo. Por que ele não espera  2030 e faz o mesmo? Ele sabia que não era tudo que dizia. No entanto, enganou o povo com a história do mito.

Com todo respeito ao ser humano, mas o político Bolsonaro achou que, ungido pelo pastor Silas Malafaia e similares, estava pronto para dominar as Forças Armadas. Se lascou, pois a Aeronáutica, a Marinha e o Exército de hoje são compostos por pessoas comuns, apesar da farda, e com maioria esmagadora de homens e de mulheres preocupados exclusivamente com suas atribuições constitucionais. Acima de tudo, são conscientes da ignorância político-social daqueles que tramaram o levante em nome de um slogan criado somente para esconder a mente satânica de um falso profeta da paz. Na esteira da esparrela chamada Jair Messias, Deus, pátria e família foi o maior papo furado de um governante cuja falta de sabedoria nunca passou de um embrulho sem conteúdo.

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