Empresa que armazenava remédios vencidos em Niterói receberá R$ 30 milhões
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emA crise na saúde do estado parece não ter fim. Nesta segunda-feira (22), foram encontradas na Central Geral de Abastecimento (CGA), no Barreto, em Niterói, mais de 300 toneladas de medicamentos e material hospitalar vencidos. O material, que deveria ser distribuído à rede pública, terá que ser incinerado. A Central é administrada pelo consórcio Log Rio, formada pelas empresas Facility e Prol. Apesar dos desperdício de dinheiro público, o contrato com a empresa foi renegociado em janeiro desse ano. O valor do contrato foi reduzido em 43,6%. Ainda assim, ela receberá em 2016, R$ 30 milhões pela gestão do material.
Não é a primeira vez que medicamentos e materiais hospitalares são encontrados fora do prazo de validade na CGA. Mês passado, fiscalização do Ministério Público constatou mais de sete mil itens vencidos e abriu inquérito para apurar responsabilidades. O prejuízo foi calculado em R$ 2 milhões. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde foi aberta sindicância.
Tudo estava guardado em caixas em prateleiras de oito metros de altura. O local foi vistoriado pelo presidente da Comissão de Orçamento Finanças Fiscalização Financeira e Controle da Alerj, deputado estadual Pedro Fernandes (Solidariedade). Segundo ele, só de tiras para medir glicose há mais de cinco mil fora da validade, além de vacinas vencidas em 2011. Há ainda próteses e medicamentos para AIDS. “Vou denunciar ao Ministério Público pedindo a prisão dos envolvidos nesse caso que é lamentável, principalmente nesse momento em que o estado passa por uma crise financeira e faltam materiais nos hospitais”, diz.
A fiscalização, que durou quase uma hora, foi motivada por denúncias da ‘Veja’. Segundo a revista 700 toneladas do mesmo material foram incineradas, entre junho de 2014 e março de 2015. A Log Rio disse que informou à Secretaria de Saúde que os medicamentos iriam vencer.