Empresas terceirizadas soltam o verbo contra Agnelo, o caloteiro
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emAs empresas que terceirizam serviços no Governo do Distrito Federal estão chegando no limite de suas possibilidades para manterem os compromissos previstos nos contratos. Há mais de 90 dias o GDF não paga pelos serviços prestados, embora seus representantes insistam em dizer que os pagamentos são feitos normalmente.
A denúncia é dos sindicatos patronais representantes das empresas de asseio, conservação, limpeza urbana, serviços gerais e vigilância privada. Sem receber há mais de 90 dias, elas alertam para uma iminente suspensão do pagamento dos salários de seus funcionários que atuam nos órgãos públicos, assim como dos tíquetes-alimentação e vale-transporte.
O presidente do SEAC/DF – Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis do Distrito Federal – Antonio Rabello, classifica como “inverdades” as afirmações feitas por representantes do Governo de que os contratos estão sendo pagos.
Rabello lembra que esses problemas não são de hoje. “Nos últimos anos temos convivido com o atraso constante nos pagamentos das faturas, apesar de todas as tentativas de negociação que temos feito junto ao governo do DF. O resultado tem sido um rombo no caixa das empresas pois temos que recorrer a recursos próprios para mantermos serviços públicos e o atendimento à população”.
Não tem sido novidade as greves de trabalhadores que fazem a limpeza em hospitais e escolas, que preparam e servem a merenda escolar, que atuam segurança de prédios públicos, ou a suspensão de serviço de fornecedoras de alimentação a funcionários e pacientes de hospitais, entre outras atividades. Por falta de pagamento, a empresa responsável por servir alimentação a quase todas as unidades de saúde da rede pública decidiu suspender, mais uma vez, a entrega das refeições na terça-feira, dia 04 de novembro.
O presidente do SINDESP/DF – Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistema de Segurança Eletrônica, Cursos de formação e Transporte de Valores no Distrito Federal – Irenaldo Pereira Lima, lembra que o problema se agrava a cada ano porque além do atraso no pagamento mensal dos contratos, as revisões previstas para cobrir aumentos de custos, também ficam para trás. Irenaldo explica: “As repactuações que deveriam ter sido feitas pelo GDF para 2014, estão paradas desde janeiro. E é exatamente nessa época de início do ano que nossos custos mais aumentam, com a assinatura das convenções coletivas de trabalho”.
Os acordos entre patrões e empregados, trazem reajuste de salários e de benefícios, como os do vale-transporte, do tíquete-alimentação, dos planos de saúde, dentários, entre outras despesas. “Não temos mais como enfrentar essa situação de insegurança a cada ano e a cada mês, sem que tenhamos a contrapartida. Chegamos no limite das condições de bancar o pagamento dos trabalhadores tirando do próprio bolso, o que vem sendo feito nos últimos meses.Essa situação já acumula prejuízos insustentáveis, muito acima do que qualquer uma poderia suportar “, alerta o empresário.
Somando só os valores a receber este ano em repactuações e faturas atrasadas, algumas empresas amargam prejuízos milionários, que em alguns casos chegam a R$ 30 milhões.