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Réveillon na encruzilhada

Encontro espiritual, Catimbó se mantém vivo na cultura nordestina

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Autor/Imagem:
Marcelo Farias, Especial para Notibras - Foto Reprodução das Redes Sociais

Na virada do ano, quando o tempo parece suspender suas pressas e as almas se abrem ao mistério, ecoa nas comunidades nordestinas a batida ancestral do Catimbó. Esse culto religioso, nascido do entrelaçamento das heranças indígena, africana e europeia, é um testemunho vivo da riqueza cultural brasileira.

O termo “Catimbó”, possivelmente oriundo do tupi antigo, carrega em si a poesia da floresta e o mistério do torpor, como se a alma adentrasse um território entre vida e morte. Ali, sob a sombra das árvores, onde o sagrado se encontra com o profano, o povo se prepara para a prática que também é conhecida por macumba.

Ervas, cânticos e oferendas se alinham em um ritual de cura e conexão. É nesse espaço que espíritos ancestrais, guias e protetores são evocados para trazer mensagens e equilíbrio. A fumaça do cachimbo, símbolo do Catimbó, se eleva como uma ponte que une mundos, levando preces e trazendo sabedoria.

Mais que um culto, o Catimbó é resistência. É a memória de povos que, mesmo em tempos de opressão, encontraram nos rituais um refúgio espiritual e uma forma de reexistir. Na virada do ano – e não apenas em toda sexta-feira que cai num dia 13 -, ele se torna uma promessa de renovação, onde o passado encontra o futuro, e a tradição se faz presente na alma do Brasil.

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