Nas fábricas escuras, o tempo se desfaz,
O suor dos operários se misturando à poeira,
Jornadas intermináveis, como um eterno compasso,
E o barulho das máquinas, uma canção triste e austera;
Mãos calejadas, como raízes profundas,
Seguram ferramentas, moldando o destino,
Sonhos esquecidos, como folhas ao vento,
Na dança frenética, das engrenagens sem refino;
O lucro, um fantasma insaciável, paira no ar,
Enquanto os olhos cansados buscam um vislumbre,
Leis escritas em papel, mas rasgadas pelo tempo,
E a esperança, escassa, muitas vezes sucumbe;
Na linha de montagem, vidas se interligam,
Como engrenagens perfeitas, mas desgastadas,
E o grito por justiça perde-se nas paredes frias,
Enquanto o relógio marca o ritmo implacável;
Lágrimas nas máquinas, caem discretas,
Tingindo de mágoa os galpões, cena taciturna,
No âmago dos trabalhadores, a esperança é concreta,
Na luta por respeito e dignidade, nessa jornada noturna.