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Lado B da Literatura

‘Entalhes’, ‘Pensamentos Apócrifos’, futebol e caipirinha de Jorge Lenzi

Publicado

Autor/Imagem:
Cassiano Condé - Foto Acervo Pessoal

Jorge Lenzi, nascido na cidade mineira de Juiz de Fora, num bairro operário de classe média baixa.

Seu pai era funcionário dos Correios e Telégrafos e sua mãe cumpria a dupla tarefa de dona de casa e costureira, primeira profissão que abandonou ao se casar, mas que mais tarde recuperou para ajudar na complementação da renda familiar.

Filho único teve que, desde cedo, criar seus próprios “amigos invisíveis” para brincar no quintal da casa de fundos, número 337, da Rua Vitorino Braga.

Lia revistas infantis da época, da Disney, por exemplo, e as HQ de heróis do faroeste.

Não foi criado com os mimos excessivos que a maioria dos “filhos únicos” e, talvez por isso, tenha desenvolvido uma personalidade independente e solitária, o que não quer dizer que goste de ficar sozinho sempre. Sente que as amizades conquistadas ao longo do tempo são, muitas vezes, melhores que as relações familiares, paterna e materna.

Com o lápis na mão, gostava de desenhar os tios e tias nas reuniões caseiras, tendo desenvolvido essa habilidade até a adolescência quando começa, baseado nas leituras de Drummond, Vinícius e outros poetas, a escrever seus próprios textos, o que se consolida aos dezenove anos e, a partir daí, vai ampliando seu “acervo de fundo de gaveta”. Não confiava, no entanto, na qualidade de seus escritos, até que duas pessoas foram importantes para o incentivar a publicar: o professor, pesquisador e escritor Ismair Zaghetto e a professora, escritora, contadora de histórias e sacióloga (especialista em Saci) Margareth Marinho.

Publica, então, seu primeiro livro em 2011, com poemas recolhidos ao longo dos anos e compilados no “Entalhes”, com apoio da Lei Murilo Mendes de incentivo à cultura.

Em 2017, lança “Pensamentos Apócrifos”, produção independente, com insights anotados em agendas ao longo de 12 anos.

Na pandemia, que não estava no script, produz o “SERURBANO”, novamente com apoio da Lei Murilo Mendes.

O lado B dessa história até aqui é que a produção literária de Jorge Lenzi acompanhou, nas entrelinhas, sua trajetória de vida e luta sindical espelhando, muitas vezes, conhecimentos adquiridos em suas experiências sociais.

Para um futuro a curto prazo pensa em publicar um livro de contos, tentando quebrar o ritmo poético e, ao mesmo tempo, propor-se um desafio para sair de certa zona de conforto criativo.

Sobre as coisas que não gosta de fazer (pelo menos por enquanto), é a obrigação de dirigir; declaração de Imposto de Renda; discurso fascista com roupagem religiosa; explicar o óbvio, e por aí vai…

Mas o que gosta supera em qualidade todo o resto, como, por exemplo, conviver com as verdadeiras Amizades; fazer (e tomar) uma boa caipirinha; jogar o futebol de sábado de manhã e, resumindo a ópera, ler e escrever.

Tudo isso, não necessariamente nessa ordem.

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Cassiano Condé, 81, gaúcho, deixou de teclar reportagens nas redações por onde passou. Agora finca os pés nas areias da Praia do Cassino, em Rio Grande, onde extrai pérolas que se transformam em crônicas.

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