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Trump e Bolsonaro

Entrada do Brasil na Otan isola a Venezuela e Cuba

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Marta Nobre, Edição

O Brasil é o mais novo aliado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na América do Sul. Essa condição de ‘país preferencial’  foi anunciada na noite de quarta, 31, pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Há duas vantagens nisso para o governo de Jair Bolsonaro: 1) mesmo que simbolicamente, passamos a ser vistos como a maior potência regional; 2) poderemos comprar armamentos sofisticados dos americanos em condições especiais.

Mas há também um revés. Em caso de conflito armado (e Trump tem uns arroubos de homem de guerra), como aliado, o Brasil deve acompanhar qualquer ação bélica.

Politicamente, Trump sai fortalecido. Ele terá, por exemplo, mais condições de discutir com Bolsonaro uma eventual intervenção militar na Venezuela. Não é de hoje que o presidente americano quer ver seu colega Nicolás Maduro fora do poder. O mesmo serve para Cuba, se o caldo engrossar. Os regimes chavista e da ‘ilha de Fidel’ ficam, portanto, isolados.

A Otan foi criada justamente pelos Estados Unidos num grande acordo com a Europa Ocidental logo após a II Guerra Mundial. O objetivo foi formar uma grande aliança para confrontar o bloco socialista que dominava a parte oriental da Europa, em longa guerra fria coordenada pela então União Soviética.

O bloco cresceu e conta hoje com ex-aliados de Moscou, a exemplo da Polônia e Ucrânia. No documento que oficializou o Brasil como aliado preferencial, Trump afirmou que a designação é “um sinal de reconhecimento pelos compromissos recentes do governo do Brasil de aumentar a cooperação no setor de defesa com os EUA, e consciente do nosso próprio interesse nacional em aprofundar nossa cooperação em defesa com o Brasil”.

O status dá ao Brasil o direito de tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologias militares dos Estados Unidos, além de participar de leilões organizados pelo Pentágono. A medida também abre caminho para a realização de manobras conjuntas entre as Forças Armadas dos dois países.

Quando recebeu Bolsonaro em março, em Washington, Trump deu os primeiros sinais para esse acordo ser viabilizado. No âmbito da América Latina, Argentina e Colômbia são ‘membros informais’ do tratado.

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