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Dona Irene e o pé-frio

Entre Palmeiras e cartas, jogar baralho dói menos

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Mariana Neves

Como todos que acompanham meus textos aqui no Notibras devem saber, sou casado com a Dona Irene, a mais fanática torcedora do Palmeiras. Pois bem, essa história aconteceu exatamente no dia 25 de julho de 2018, quando o Verdão jogou contra o Fluminense em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.

E enquanto a minha mulher assistia ao jogo confortavelmente instalada em nossa cama, a minha filha e eu brincávamos de baralho na sala, e o Chengulo, nosso buldogue francês, roncava alto bem ao lado.

Logo depois da minha filha ganhar mais uma partida, fui até o quarto para ver como a minha amada estava. Sentei ao seu lado e senti o calor do seu corpo, enquanto seus olhos permaneciam vidrados na grande tela presa à parede.

Comecei a prestar atenção na partida para fazer companhia àquele amor clubista da Dona Irene. E foi justamente aí que cometi um erro.

– O Fluminense está bem melhor, né?

– O quê? Você está aqui há menos de dois minutos e vem me falar uma besteira dessa?

Assim que ela completou essa frase, o narrador grita “Gol do Fluminense!!!” Pra quê? A minha mulher, já com as garras prontas para um beliscão, lançou-me um olhar de fúria, como se eu fosse o responsável por aquele gol.

Seja como for, tratei logo de me levantar e voltar para a sala, onde tomei mais uma surra da minha filha, que estava impossível com as cartas naquele dia.

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