Não se mexe em time que está ganhando, é verdade. Mas Lula, com peças mal posicionadas, está perdendo o jogo. É preciso fazer algo. A defesa vai bem, o ataque está estufando as redes, mas falta alguém para atuar ali pela ala da centro esquerda. Como é do centro que partem os lançamentos, os titulares estão mal posicionados e não merecem a camisa 10.
Exalta-se muita gente sob holofotes. E a luminosidade excessiva queima. Faltam gestores qualificados em áreas pontuais. Não basta falar – ou ter ideias mirabolantes, nas palavras do próprio presidente. É preciso agir. E fazer, como adultos em brincadeira de criança, o que o rei mandar.
A tendência é piorar, em meio a tantas tendências no partido estrelado. Há golpistas de cores chamuscadas circulando livremente, como há, do lado de fora, gente que fala para o bem, mas que têm suas palavras traduzidas como sendo do mal.
O momento é de fazer um pente-fino que ficou para trás desde a transição. Lula precisa de aliados de verdade, dentro e fora do governo. Quando ele admitir isso, os do Congresso virão a reboque. Não adianta contar com o ovo enquanto a galinha é um mero pinto.
Se é para construir um novo Brasil, como foi prometido, a roupa rasgada deve ser costurada dentro de casa. A articulação da esquerda é imprescindível, e os trabalhadores, por sua central única, podem e devem ter mais poder. O resto se resume a cacos. Somente assim o Brasil socialista renascerá.
Lula precisa alargar os horizontes. Um passo significativo será destravar o debate interno, porque os desafios são muitos. Há os justos e os juristas. Juntos, formam um elo inquebrantável. Quem está de fora, tem uma visão mais ampla do que ocorre na Esplanada e nos setores de autarquias de Brasília. Quanto ao Planalto, as torres estão bem posicionadas. E não será de lá que partirá um suposto lance que levará ao xeque.