Heloísa Cristaldo
“No meu entendimento”, revela o professor Cláudio Villar de Queiroz, “a portaria escrita sob a supervisão de Lúcio Costa, referente ao tombamento local e nacional, apresentava como se deve respeitar o Plano Piloto.”
A nova determinação do Iphan jogou de lado o que havia sido produzido e criou uma coisa gigantesca para todo o Distrito Federal. Do ponto de vista da preservação da cidade, permite que Brasília seja levada como uma cidade qualquer. De fato existe na preservação de Brasília essa dialética entre “uns e outros”.
Tem uns que acham que Brasília tem que ser preservada, mas tem outros pensam que ela tem que evoluir como uma cidade qualquer e ser derminada pelo mercado imobiliário e todas essas leis que fazem esses espaços urbanos se tornarem o que são. Em Brasília, há uma expectativa de que o mercado disponha de mais recursos e essa nova lei facilita, de certa maneira, que se torne uma cidade mais comum nessa ordenação.
Essa invenção da Superquadra, que é fantástica e se tem tudo ao seu alcance em 200 metros a pé, são expectativas que correm risco e isso é realmente um aspecto a lamentar. Mas não podemos viver lamentando Brasília, do que tinha que ser e não vai mais ser. A gente precisa apresentar o que ela tem de compensador, que é essa condição de “Cidade Parque”. O que é péssimo nessa nova legislação é que ela vai comendo pelas beiradas, permitindo demais, e não existe uma defesa ativa.