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Escolas abrem o leque com novas opções para o ensino médio

Que tal ir para a escola e estudar física quântica, cosmologia, crítica teatral e biotecnologia? Em muitas cidades colégios particulares estão oferecendo até 78 disciplinas eletivas para os alunos do ensino médio só neste ano. Alguns programas têm mais de uma década, mas com a reforma aprovada pelo governo federal o formato vem mudando, ampliando a oferta ou aprofundando o conteúdo.

A reforma do ensino médio prevê que o aluno tenha 40% da carga horária reservada a disciplinas optativas. Os alunos poderão escolher percursos formativos em uma área (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza ou Ciências Humanas) ou formações técnicas.

Em algumas escolas os alunos sempre tiveram a possibilidade de fazer atividades extracurriculares. Mas, neste ano, a escolha de pelo menos uma eletiva por semestre se tornou obrigatória a partir do 2.º ano. A cada seis meses, haverá escolha entre 20 opções, independentemente da área.

“Nossa preocupação era de que o aluno tivesse liberdade, que a primeira opção não o deixasse amarrado em uma área até o fim do ensino médio”, diz professora Mayra Lora. Apesar de a mudança ter começado em 2018, a ideia surgiu há alguns anos, quando o colégio que ela dirige decidiu não separar mais os alunos por áreas (até 2016, eles escolhiam entre as turmas de Exatas, Humanas ou Biológicas). “Muitos optam por eletivas de áreas diferentes. Essa curiosidade faz parte da adolescência e é reforçada no mundo em que vivemos, onde recebem muita informação”, afirma.

Há coléios em que todas as eletivas são interdisciplinares. A matéria de biotecnologia, com 5 turmas e 200 alunos, é um exemplo. “Como montamos um curso bastante interdisciplinar e com aulas práticas, atraímos tanto os que têm interesse pela área da Saúde, quanto os que querem Engenharia”, diz a professora Lucianne Aguiar.

Em uma das aulas, a proposta era encontrar solução para um problema: uma escola queria vacinar os alunos, mas enfrentava a resistência de uma família. “Eles debateram, simularam estar em um lado e no outro, encontraram argumentos para defender a posição. No fim, muitos imaginaram como seria ser um advogado ou um médico.”

O amplo interesse dos adolescentes também escolas mudarem e ampliarem o número de eletivas oferecidas. Entre as opções disponíveis estão gastronomia italiana, física quântica, astronomia, mercado de ações. “Mais da metade dos alunos escolhe disciplinas de áreas diferentes, poucos se restringem a apenas um campo. Desde o planejamento, nossa ideia era permitir que os alunos explorassem, experimentassem. Não queríamos criar itinerários formativos que prendessem o jovem em uma única área”, diz a coordenadora Sandra Tonidandel.

O aluno também pode escolher as optativas a cada semestre. Cada uma delas é avaliada pelos estudantes para que o colégio identifique a necessidade de mudanças na grade, conteúdo ou metodologia. “É mais trabalhoso oferecer novas opções a cada semestre, mas nossa intenção é que eles vivenciem novas áreas, aprendizados. Para só depois decidirem o que fazer na faculdade”, diz Sandra.

A chance de diferentes vivências, antes de escolher a carreira, também tem motivadoa colégios a ampliarem o número de eletivas, indo de geopolítica e relações internacionais a linguagem teatral ou condicionamento físico.

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