Isabela Palhares, Breno Pires e Rafael Moraes Moura
A reforma do ensino médio, aprovada na quarta-feira, 8, pelo Senado, é considerada necessária por entidades que representam as escolas particulares. No entanto, elas temem que o prazo para planejar e implementar o novo modelo seja curto. A reforma passará a valer um ano após a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que definirá o que o aluno deve aprender em cada etapa – por isso, as mudanças devem ser sentidas em 2019.
“Qualquer mudança na proposta pedagógica tem impacto imediato na planilha de custo e o tempo para fazer essa análise e implementação é curto”, disse Amábile Pácios, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).
Segundo ela, o mais prudente seria que a implementação fosse feita em 2021, já que as instituições ainda vão ter de submeter as mudanças pedagógicas à aprovação das secretarias estaduais da Educação. “As secretarias vão conseguir se debruçar sobre as propostas de todas as escolas em um ano?”
O texto aprovado para a reforma divide o conteúdo em duas partes, em cada um dos três anos: 60% para disciplinas comuns, a serem definidas pela BNCC, e 40% para que o aluno aprofunde conhecimentos em uma área (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Profissional).
Arthur Fonseca, diretor da Associação Brasileira das Escolas Particulares (Abepar), disse ver com otimismo que a BNCC vá definir a maior parte do que será ensinado. “Porque hoje quem define são os vestibulares, o Enem.”
Ele também disse que as escolas vão precisar se planejar para oferecer os percursos formativos. “Escola particular não é a mesma coisa, cada uma oferece uma metodologia, uma proposta, um serviço, um preço.” Para Amábile, é possível que colégios menores façam parcerias entre si, já que não vão ter condições de oferecer todas as opções de percurso formativo.