O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou neste sábado (3) que pretende aplicar argamassa blindada nas escolas municipais cariocas para evitar que balas perdidas atinjam alunos e funcionários. A proposta não é uma novidade, ela foi anunciada pelo prefeito em abril do ano passado, mas ainda não havia saído do papel. Agora, a expectativa do prefeito é de que o material seja aplicado nas próximas semanas.
“Fizemos testes na Polícia Militar e hoje ela está sendo testada na Polícia Civil. Testamos de maneira não oficial na Polícia Militar, e ela resistiu a tiros de fuzil a 15 metros. Agora estamos testando na Polícia Civil. Logo, logo, vai estar sendo usada. Acho que nas próximas semanas”, disse Crivella.
A medida foi anunciada pelo prefeito em 2017 após uma bala perdida fazer mais uma vítima na capital carioca. Maria Eduarda, de 13 anos, foi morta durante uma operação policial em Acari. A estudante estava tendo aula de educação física no ginásio da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, quando foi atingida por tiros, em 1º de abril do ano passado.
Após a morte da estudante, Marcelo Crivella disse que já tinha encomendado a argamassa especial de uma empresa norte-americana. Neste sábado, dez meses depois do ocorrido, Crivella afirmou que a argamassa já está sendo desenvolvida por uma empresa brasileira e está passando por testes na polícia.
Só na região metropolitana, balas perdidas atingem uma vítima a cada 2 dias. Nos últimos anos, mais de 40 crianças morreram vítimas da violência, de acordo com o levantamento da ONG Rio de Paz. Em 2018, pelo menos 4 casos já foram contabilizados, incluindo a morte da pequena Emily, de 3 anos.
A organização Anistia Internacional desenvolveu a plataforma digital Fogo Cruzado para registrar a ocorrência de trocas de tiros e regiões de violência no Rio de Janeiro. Entre julho de 2016 e janeiro de 2018, a plataforma registrou mais de 590 tiroteios apenas na região da Avenida Brasil.