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Escolha da mais bela gari do DF movimenta cidades

Samira Pádua

O núcleo do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do Recanto das Emas teve uma tarde diferente nesta sexta-feira (7). Logo na entrada, a movimentação de garis era percebida. No entanto, quatro chamavam a atenção.

Com batom, sombra e cabelos a postos, aguardavam o início da seletiva que escolheria as representantes do Recanto das Emas e do Riacho Fundo II na edição deste ano do concurso Miss Gari. Entre elas estava Paula Jéssica Gomes Rodrigues, de 28 anos, que até então não havia participado de concursos desse tipo.

“Estou me sentindo uma princesa. Já fui muito discriminada, principalmente para procurar emprego. Várias portas se fecharam para mim porque falaram que eu não tinha beleza nem roupas bonitas”, disse a trabalhadora, ao destacar que gosta do que faz e da profissão que tem.

Enquanto as candidatas posavam para fotos, o júri formado pelos colegas de trabalho chegava para o momento da escolha. “Mesmo se não ganhar, eu já sou realizada”, completou Paula Jéssica.

Mas não foi o que ocorreu minutos depois, na seletiva. Com os votos representados por palmas, os colegas a escolheram para representar o Recanto das Emas na final, em 20 de maio.

Das oito concorrentes inscritas, quatro desistiram de participar. Não foi o caso de Edinalva Gomes Silva, de 35 anos. Também estreante nesse tipo de competição, ela foi eleita pelos colegas a representante do Riacho Fundo II na disputa. “Uma emoção muito grande. Era só uma brincadeira e se tornou realidade”, disse, sorridente.

As seletivas regionais ocorrem desde 31 de março. Na próxima semana, haverá quatro semifinais: na segunda-feira (10), em Santa Maria; na terça (11), no Gama; na quarta (12), em Taguatinga; e na quinta (13), em Ceilândia.

Em Samambaia, a escolha foi ontem (6). A vencedora, Maria Eduarda Cezário de Barros, de 18 anos, esteve no Recanto das Emas hoje para prestigiar o evento. Estava acompanhada da mãe, a também gari Fernanda Cezário, de 38 anos.

Maria Eduarda, que está no primeiro emprego, vê no concurso uma oportunidade de valorização da mulher e de incentivo para a vida. “Não é um serviço leve, mas tenho orgulho de mim e do que eu faço”, disse ela, que sonha prosseguir com os estudos e formar-se em medicina.

A final do concurso, em 20 de maio, será a partir das 19h30, no auditório do Centro Cultural do Taguaparque.

A primeira edição do Miss Gari ocorreu em 2015. A ideia veio de Maria de Fátima Dias, de 48 anos, fiscal operacional da empresa Valor Ambiental, e a cada ano conta com um número maior de participantes. Desta vez, a expectativa é levar à final 30 concorrentes.

“Elas não sabem só limpar, elas também sabem desfilar. Atrás desse uniforme alaranjado, tem a beleza”, disse Maria de Fátima, ao destacar a valorização da mulher e da profissão de gari.

O pensamento é o mesmo da diretora-presidente do SLU, Kátia Campos: “Em todas as oportunidades que surgem, procuramos dar visibilidade aos garis para que possam ter reconhecimento profissional, além de um entretenimento”.

O Miss Gari 2017 é uma parceria da Vice-Governadoria do DF com o SLU e as empresas Valor Ambiental e Sustentare. Parceiros privados apoiam na organização do evento e nas premiações (ainda em definição).

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