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Escravidão, Poderes da República, Palestina… de tudo um pouco

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Autor/Imagem:
Sabrina Craide

As primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foram bastante focadas na interpretação de textos, gráficos, mapas e imagens. Segundo o professor de geografia Cláudio Hansen, gerente pedagógico do curso online Descomplica, a necessidade interpretativa ficou bastante evidente. “Foi uma prova que valorizou aquele aluno que fez muitos exercícios, que conhecia o Enem, que fez os exames anteriores, que se esforçou e tinha toda essa bagagem”, disse.

Um dos destaques da prova, segundo o professor, foi a cobrança sobre a estrutura política brasileira e os Três Poderes. “Mais do que nunca, foi cobrado sobre a noção de Executivo, Legislativo e Judiciário e principalmente como eles se relacionam na estrutura brasileira”, ressaltou. Uma das questões falava sobre as interferências do Poder Judiciário no Legislativo e outra, sobre o baixo número de mulheres em cargos públicos.

Alguns assuntos mais esperados para atualidade não foram cobrados, como a geopolítica atual envolvendo Síria, Venezuela, Coreia do Norte e refugiados. Mas o exame manteve a clássica cobrança sobre a geopolítica dos Estados Unidos, principalmente sua presença militar.

Também foi abordado o reconhecimento da Palestina como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU). Na parte de sociologia, apareceram filósofos clássicos como Aristóteles e Kant, mas alguns como Platão e Marx não foram cobrados.

O professor ficou surpreso com a baixa cobrança de questões ambientais, que é uma marca do Enem, e o fortalecimento da cobrança sobre geografia física. “Foram questões que exigiram o conhecimento de geografia física. Isso vai dar um destaque muito grande para os alunos que estudaram”. A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi abordada em uma questão interpretativa, na qual os alunos tinham que ler um gráfico e responder sobre a geração de energia e os impactos no meio ambiente.

Em história, foram abordados assuntos clássicos como escravidão, nazismo e campos de concentração, assim como a Inconfidência Mineira. “Ao meu ver, exigindo não só conhecimento, mas um grau de interpretação. As questões de história ganharam uma complexidade não necessariamente no tema, mas no formato da questão”, disse Hansen.

A prova de linguagens valorizou questões literárias. “Cobrou coisas muito clássicas e esperadas como gênero textual, funções da linguagem e questões muito interpretativas, como é esperado da prova de linguagem, como questões de propagandas e interpretação de textos clássicos”, acrescentou o professor.

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