Ana Pujol é nascida no Rio de Janeiro. É lá na Zona Oeste da Cidade Maravilha que ela escreve pérolas que encantam seus leitores – muitos, por sinal. Mas, esse universo poderia ser bem mais amplo, se as editoras abrissem um espaço maior para os escritores independentes, diz ela nesta entrevista, mesmo sem perder o brilho dos olhos.
Acostumada a trabalhar com as palavras desde a tenra infância, Ana Pujol dá uma dica: o escritor deve enfrentar todos os desafios que se apresentam na mente humana.
Veja a seguir trechos do papo que tive com a escritora:
Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.
Ana Pujol, sou do Rio de Janeiro, moro na zona oeste. Minha trajetória vem desde a infância, escrevi meu primeiro poema aos 8 anos de idade e aos 12 já escrevia contos. Com 18 já tinha um romance pronto. Todo este material ainda está manuscrito ou datilografado. Só na idade adulta através do Portal do Poeta Brasileiro que comecei as publicações em antologias. Até chegar aos livros solos de poesias.
Como a escrita surgiu na sua vida?
Com a leitura. Sempre fui uma leitora feroz.
De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?
Ela surge de um tema abordado, de uma cena cotidiana, de algum fato. Simplesmente surge um tema em minha mente e jogo no papel.
Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?
Sou formada em Letras com especialização em Literatura Africana. Mas é essencial que se tenha um hábito muito grande de leitura para ter ideias para escrever.
Quais são os seus livros favoritos?
Germinal de Émile Zola, Cem Anos de Solidão de García Márquez e Memorial do Convento de José Saramago.
Quais são seus autores favoritos?
Na poesia, Florbela Espanca e Pablo Neruda. José Saramago e García Márquez. Mesmo que na atualidade eu leia muito Mia Couto.
O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?
Com este meu retorno a escrever contos sinto que o mais importante seja o hábito constante.
Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?
Gosto de suspense e dramas psicológicos. Desafiar até onde vai a mente humana.
Para você, qual é o objetivo da literatura?
Levar alento ao ser humano. “Voar fora da asa”, como diria Manoel de Barros.
Você está trabalhando em algum projeto neste momento?
Sim. Estou escrevendo um e-book com 10 contos de suspense que serão lançados com o selo editorial da Casa do Contista da qual faço parte.
Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?
Tem muita gente que moldou a minha escrita. Difícil dizer qual. Mas ando muito enamorada atualmente de Julio Cortázar. Leio ele todos os dias. Procuro na escrita dele muita identificação .
Como é ser escritor hoje em dia?
Difícil. Para encontrar seu público alvo. Não creio que as pessoas estão lendo menos. Só precisamos encontrar as pessoas certas. E passamos pelas três fases de dificuldades escrever o livro, publicar o livro e vender o livro.
Qual a sua avaliação sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?
A melhor possível. Foi uma surpresa ser recebida tão bem e ter tido um conto meu publicado no Café Literário. Espero que esta parceria renda muitos frutos.
Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?
A literatura é pulsão de vida, torna o homem muito melhor.