Notibras

‘Escrever é fácil. Difícil mesmo é virar vendedora’

A escritora Tania Miranda, que tem muitas das suas obras publicadas no Café Literário de Notibras, acaba de tomar posse na Academia Virtual de Autores Literários do Brasil. ‘Uma surpresa gratificante’, diz ela na entrevista a seguir, referindo-se à eleição para ocupar a cadeira que homenageia de Lygia Fagundes Telles. Escrever, na avaliação de Tania, vem da inspiração, do momento. Mas vender, observa, é algo difícil para quem escreve.

Leia os principais trechos da conversa:

Tania Miranda, fale um pouco sobre a sua trajetória na literatura. Como tudo começou até ser nomeada para a Academia Virtual de Autores Literários do Brasil?

Sempre gostei de escrever. Porque, ao escrever, você cria um mundo só seu, onde tem domínio sobre o destino de todos os personagens que compõe sua história. Por um bom tempo era escritora de gaveta, pois meus originais eram partilhados com poucas pessoas. Com o advento da internet, passei a compartilhar meus textos com um número maior de pessoas. Filiei-me a vários grupos de escritores no Facebook e um belo dia recebi um convite para participar da AVALB. Comecei publicando meus textos e participando de alguns eventos abertos ao público, até que um dia me convidaram a fazer parte como Acadêmica… Fiquei feliz, é claro. Passei pelo processo de aceitação pelos acadêmicos e finalmente fui empossada como um de seus pares.

Tania, qual é o sentimento de ser a Titular da Cadeira nª 17 da Academia Virtual de Autores Literários do Brasil?

Tudo que posso dizer é que nem sonhava com isso. Afinal, embora tenha dois livros publicados fisicamente e três em formato digital, os mesmos não fizeram muito sucesso. Posso dizer que sou uma escritora digital, não sou conhecida fora da internet. Então, ser a titular de uma Cadeira em uma Academia Literária é algo fabuloso…

A cadeira que você ocupa é justamente a que tem como patronesse Lygia Fagundes Telles, uma das maiores escritoras brasileira. Você sente que possui ainda mais responsabilidade por isso ou, então, é algo que você consegue encarar com naturalidade?

Bem, eu me considero escritora. Claro que não tenho o nome nem a fama de minha Patronesse. Mas, sim, para mim é algo natural. Claro que cada um tem seu estilo, e o meu é um pouco diferente do dela. Mas é a visão que temos do mundo, e é isso que tentamos passar ao leitor quando escrevemos.

Você poderia revelar para os leitores e escritores como foi a sua trajetória até atingir esse patamar que, para muitos, é um sonho?

Comecei a escrever seriamente há uns três anos. Até então produzia alguns textos, mas era algo esporádico. Comecei com minha autobiografia. O título do livro é “Tirésias, a dualidade da alma humana”. Foi aí que comecei a escrever todo dia, publicando aqui no país e no exterior. Nesse meio tempo, publiquei três novelas no Facebook e, em sequência, as crônicas conhecidas por vocês. Foi a partir dessa fase que fui convidada a participar da AVALB.

Tania, qual o papel da Academia Virtual de Autores Literários do Brasil? Existem projetos para alavancar a literatura no país?

Não posso falar muito sobre isso, pois acabei de chegar. Ainda não participei de nenhuma reunião, por exemplo. Mas um dos principais objetivos da AVALB é incentivar novos talentos a desabrocharem. O principal norte da Academia é incentivar novos talentos…

Os leitores do Café Literário conhecem o seu trabalho basicamente através das crônicas publicadas conosco. Crônica é o que você mais gosta de escrever?

Na verdade, gosto de escrever. Tenho quatro romances escritos, sendo que já publiquei um deles pela UICLAP. Não sou muito boa em divulgação, tanto que até agora o livro não teve muita saída. Também publiquei minha autobiografia, pela Editora Verso e Prosa (Tirésias, a dualidade da alma humana). Participo de Saraus virtuais, onde costumo postar poesias, geralmente sonetos. A crônica acabou ficando porque é um texto rápido que começa e termina em algumas linhas. Mas não tenho preferência por esse ou aquele estilo. Já escrevi alguns contos, também. Depende do momento…

Há algo que você gostaria de falar, mas não perguntei?

Bem, sou uma escritora de Internet. Tenho um grupo razoável de leitores fiéis que me acompanham todo dia. Mas que não se dispõe a comprar um livro meu, por exemplo. É meio frustrante, mas creio que a culpa seja minha, mesmo. Sou uma péssima vendedora…

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