A exposição Memórias do Boto, organizada pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA-UFRJ), comemora os 450 anos do Rio de Janeiro usando o animal símbolo da cidade e que aparece na bandeira da capital do estado, o boto. A mostra, feita em conjunto com o Parque Tecnológico, terá esculturas do mamífero aquático feitas de fibra de vidro e, a partir da próxima terça-feira (24), as peças começarão a ser distribuídas pela Cidade Universitária, na Iha do Fundão.
Na inauguração, no dia 28, haverá o “abraço ao boto”, quando as pessoas serão convidadas a abraçar o animal que mais gostarem. A exposição ficará aberta à visitação gratuita entre os dias 28 de março e 30 de maio. A mostra integra o calendário oficial de comemoração dos 450 anos do Rio.
A Escola de Belas Artes promoveu um concurso entre os estudantes, que selecionou 23 projetos para representar diferentes marcos da cidade, desde sua fundação até hoje. Atualmente, as peças estão sendo finalizadas no Polo Náutico da Cidade Universitária. Para completar os 45 botos previstos, foram convidados 16 professores da EBA e seis artistas, entre os quais a carnavalesca Rosa Magalhães e o artista plástico Marcelo Jácome.
O protótipo dos botos, bem como as formas do animal, foram feitos pelo estudante de escultura da EBA, Gabriel Barros. As peças têm 2,1 metros de altura, incluindo a base. Elas sofreram interferência de cada artista e apresentam diversas texturas e técnicas. “Tem pintura, tem mosaico, tem colagem. São diversas formas de materiais utilizados, como tecido, espelho, pedra, madeira”, informou o diretor da EBA e porta-voz do projeto, Carlos Terra.
A Escola de Belas Artes está negociando com o Comitê Rio 450 a possibilidade de levar a exposição, já apelidada de “Boto ‘Parade’”, para a orla de Copacabana. “A gente traz para a comunidade um pouco dessa integração de cultura, arte e tecnologia, para mostrar que também está à frente disso, dando essa obra de arte para o povo”, acentuou Carlos Terra.
Aproveitando que a EBA-UFRJ completará 200 anos em 2016, todo o trabalho de criação dos botos será transformado em livro, com informações sobre as obras e dados históricos que serviram de inspiração para os artistas. A obra tem lançamento programado para o dia 12 de agosto deste ano, data de aniversário da escola.
Terra disse que será colocado à disposição dos visitantes um ônibus que sairá às 10h do prédio da reitoria às segundas, quartas e sextas-feiras. As visitas deverão ser agendadas na página do Parque Tecnológico. “Teremos seis monitores de história da arte da escola que assessorarão as pessoas”. As terças e quintas-feiras, no período de 10h às 12h, serão reservadas às escolas da rede pública de ensino, que deverão também fazer agendamento prévio.
Alguns botos terão interferência do público. Carlos Terra citou, entre eles, o Boto Poste, que traz colagens normalmente encontradas pelos cariocas nos postes da cidade, com cartazes do tipo “Trago o seu amor em sete dias” ou “Leio a sua mão”, por exemplo. A obra não recebeu verniz para ver se alguém dará a sua contribuição, colando alguma coisa no boto. O Boto dos Espelhos, “customizado” por uma professora da EBA, faz com que a pessoa se reflita na escultura. “Tem boto com luz, com música, tem um que mistura funk com elementos de som dos botos. É uma diversão”, brincou o diretor.
Alana Gandra, ABr