Mil mortos
Espanha vê dias duros e manda fechar hotéis
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emO governo espanhol ordenou o fechamento de todos os hotéis e prometeu implantar medidas especiais nas casas de repouso de idosos devido ao aumento do número de infectados e mortos pelo novo coronavírus no país, o segundo mais afetado pela epidemia na Europa, só atrás da Italia. O país contabiliza mil e duas mortes provocadas pelo vírus.
O poder Executivo decretou o fechamento de todos os hotéis e outros alojamentos turísticos em um prazo de sete dias para “garantir a contenção da pandemia”, um novo golpe no já prejudicado setor turístico espanhol.
O responsável do Ministério da Saúde pelo dispositivo de emergências disse que as mortes provocadas pelo vírus chegaram a 1.002 nesta sexta-feira (20), o que representa um aumento de 235 na comparação com o dia anterior, enquanto o número de casos novos foi de 2.833, atingindo um total de 19.980.
“Este incremento é menor que o de ontem e dos dias anteriores, mas é preciso ter muito cuidado com a interpretação destas cifras… dependem de muitos fatores, como a sobrecarga dos laboratórios”, explicou Fernando Simón em uma coletiva de imprensa.
Em uma teleconferência com repórteres, o ministro da Saúde, Salvador Illa, reiterou que o pior ainda está por vir e que continuará havendo um aumento de infecções nos próximos dias até se chegar a um pico.
“Virão dias duros. O primeiro objetivo é interromper a tendência ascendente, o segundo baixá-la e o terceiro erradicar o vírus.”
O avanço da doença está paralisando a economia espanhola, e às demissões temporárias em massa anunciadas no setor industrial poderiam se somar agora outras do setor de serviços, que representa cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nesta sexta-feira(20), o Inditex, dono de marcas como Zara e Massimo Dutti, disse que pode dispensar de modo temporário todos seus 25 mil empregados se o estado de alarme na Espanha for além de 15 de abril.
No setor hoteleiro, os estabelecimentos de estadias longas foram excluídos do fechamento, mas mesmo assim estão sujeitos ao estado de alarme imposto pelo governo há quase uma semana, que impede as saídas às ruas exceto para comprar alimentos e medicamentos, ir ao trabalho ou outros motivos justificados.
As casas de repouso se converteram no centro das atenções durante a crise sanitária. Na quarta-feira, a procuradoria de Madri iniciou uma investigação sobre as mais de 17 mortes relacionadas ao novo coronavírus em um asilo no qual os pacientes haviam sido confinados sem acesso a cuidados médicos.