Marcelo Osakabe
Cerca de 350 mil pessoas foram às ruas de Barcelona para protestar contra a separação da Catalunha neste domingo, no maior ato unionista desde o início do movimento pelo referendo de secessão.
A contagem de manifestantes foi feita pela polícia local. De acordo com o jornal El Mundo, os organizadores contabilizaram mais de um milhão de pessoas no ato, que contou com a presença de partidos políticos e de personalidades espanholas entoando gritos como “Puigdemont na prisão”, “Eu sou espanhol” e “Viva Espanha, Viva Catalunha e Viva Guarda Civil”.
Paralelamente, o presidente catalão, Carles Puigdemont, reiterou hoje em entrevista televisionada que vai aplicar “o que diz a lei” e que pretende levar a independência da região adiante. A votação realizada no mês passado terminou com a vitória do “sim” pela secessão, com 90% dos votos. No entanto, menos da metade dos eleitores catalões votou.
De nacionalidade peruana e espanhola, o escritor Mario Vargas Llosa fez um dos discursos de encerramento, ao lado do ex-presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell. A democracia espanhola “está aqui para ficar, nenhuma conjuntura independentista a destruirá”, declarou o ganhador do Nobel de literatura. O nacionalismo “recheou a historia da Europa, do mundo e da Espanha de guerra, sangue e cadáveres”, acrescentou.
Segundo o jornal espanhol, a manifestação começou por volta das 11h da manhã do domingo, horário local, e não teve incidentes. No Twitter, as manifestações de apoio à manutenção da união espanhola se organizaram em torno de hashtag como #recuperemelseny, que significa “recuperemos a sensatez” em catalão. “Em defesa da democracia, da Constituição e da liberdade. Preservaremos a unidade da Espanha”, escreveu o primeiro-ministro Mariano Rajoy em seu perfil.