As investigações da Delegacia Fazendária da Polícia Civil (Delfaz), que cumpriu nesta segunda 8 dez mandados de busca e apreensão na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Niterói, São Gonçalo e Adjacências, na região metropolitana do Rio de Janeiro, apontam para um esquema de fraude que beneficiava a presidente da entidade, Rita de Cácia da Silva Rodrigues, com até R$ 1 milhão por mês. A informação foi divulgada na tarde de hoje (8) pela delegada assistente da Delfaz, Tatiana Queiroz, responsável pela investigação.
A presidente do sindicato é investigada por se apropriar de uma taxa de assistência que comerciantes pagam por funcionário que trabalha aos domingos e feriados. Com o dinheiro, Rita de Cácia comprava imóveis e móveis de grande valor. “Mensalmente ela tinha um lucro de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, sem dúvida nenhuma. Esse lucro é de 2010 para cá. Ela está no sindicato desde 2004, no entanto a gente só tem comprovação das fraudes desde 2010. O próximo passo é avaliar a documentação e pensar, juridicamente, como agir para ela não liquidar esses bens”, explicou Tatiana Queiroz.
De acordo com a Polícia Civil, Rita de Cácia deve responder por apropriação indébita, crime de quadrilha ou bando, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, já que burlava os direitos dos empregados. A delegada assistente acredita que com todos esses crimes a pena da sindicalista pode chegar a 20 anos.
“Os mandados de busca e apreensão consistem em apreender documentos que nos deem certeza da apropriação da taxa de assistência, por parte de Rita de Cácia, que apenas lança um determinado número de funcionários, e do restante ela se apropria do dinheiro. Com isso, ela compra imóveis, bens móveis de grande valor e utiliza terceiras pessoas para essa prática criminosa. Nenhum bem foi apreendido porque, primeiro, queríamos apreender a documentação dos bens no nome de pessoas ligadas a ela, ou no nome dela, e que comprovassem essa ligação”, disse Tatiana.
Além de cumprir dez mandados na sede do sindicato, a operação se estendeu por outros noves endereços, incluindo municípios do interior do estado. Documentos e computadores foram apreendidos, mas ninguém foi preso durante a operação da Delfaz.