Tudo indica que no Peru se está a preparar uma fraude da vontade popular. As eleições presidenciais foram no dia 6 de Junho; todos votos já foram contados e Pedro Castillo venceu. Os observadores internacionais asseguraram a lisura desta segunda volta eleitoral. Mas até quarta , 16 de Junho, a ONPE ainda não tinha proclamado os resultados oficiais.
A candidata derrotada trava uma luta desesperada pela sua sobrevivência. Para ela, as alternativas são a presidência ou o cárcere pelos seus muitos crimes de corrupção. No sistema eleitoral peruano os votos são destruídos após a contagem e depois só restam as atas.
Daí o facto de a Fujimori ter contratado dezenas de advogados para tentar impugnar atas de mais de 800 mesas, o que corresponde a cerca de 200 mil votos. A ONPE parece ter-se prestado à manobra pois alargou os prazos legais a fim de permitir essa impugnação.
Será preciso que as “rondas campesinas”, organizações comunais de defesa dos seus territórios, marchem sobre Lima – onde se concentra a classe dominante e se fazem as trapaças – para defender o candidato vencedor, a legalidade e a vontade popular.
Recorde-se que a vitória de Kennedy sobre Nixon em eleições presidenciais dos EUA foi por uma diferença de apenas 0,17 por cento. (Resistir)