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Urna eletrônica

‘Esquerdalha vai perder no voto para verdadeiros nacionalistas’

Publicado

Autor/Imagem:
Major-brigadeiro Jaime Sanchez

A semana é dominada por notícias e declarações bombásticas e controversas sobre a inviolabilidade das urnas eletrônicas brasileiras.

Levianamente, o ministro Fachin, que assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, fez afirmações irresponsáveis em entrevista publicada pelo Estadão, de que a Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque hacker russo, exatamente no momento em que o presidente Bolsonaro se encontrava em visita oficial àquele país.

“Eu posso dizer a vocês que a Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de hackers, não apenas de atividades de criminosos, mas também de países, tal como a Rússia, que não têm legislação adequada de controle”.

“Em relação aos hackers que advêm da Rússia, os dados que nós temos dizem respeito a um conjunto de informações que estão disponíveis em vários relatórios internacionais e muitos deles publicados na imprensa. Há relatórios públicos e relatórios de empresas privadas, que a Microsoft fez publicar perto do fim do ano passado, que 58% dos ciberataques têm origem na Rússia”.

Por pura provocação, utilizou uma antítese condenável ao declarar não acreditar que ocorrerá no Brasil, caso Bolsonaro não seja reeleito, um episódio que se assemelhe à invasão do Capitólio nos Estados Unidos e que, se ocorrer, será um grande teste para as Forças Armadas.

Uma das razões apontadas por ele, foi que “nós tivemos 25 anos de uma ditadura civil-militar, cujo resultado trouxe consequências nefastas para o Brasil. Ditadura nunca mais”.

Senhor ministro. Estou convicto de que o maior desafio para as FFAA será a eventual permanência como candidato à Presidência da República de um ladravaz (ex-corrupto e ex-condenado), por obra e graça da Suprema Corte.

Para avaliarmos o tamanho da leviandade e da mentira contidas dessa afirmação, que foi usada ostensivamente pela mídia e pelos derrotados naquele movimento nacionalista como uma lavagem cerebral nos jovens brasileiros que não viveram aqueles momentos, basta questionar seus pais e avós sobre a liberdade e a segurança com que viveram suas juventudes.

Além disso, é fácil compararmos as posições que o Brasil galgou no cenário internacional durante os governos presididos por um militar com a situação caótica a que chegamos após mais de três décadas de “redemocratização”, cujos últimos três anos foram marcados pela desastrosa ditadura imposta pelo Judiciário.

A história tem mostrado que os sistemas mais herméticos do mundo têm sido invadidos com o uso de dispositivos e aplicativos primários em termos de tecnologia. Na verdade, a possibilidade de invasão se baseia mais na capacidade dos invasores do que nos meios de que dispõem ou a tecnologia do objetivo a ser atacado.

A agência Reuters noticiou que, em 2013, o computador de um funcionário do Pentágono foi invadido sem o uso de ferramentas complexas. Os invasores anexaram em um post, na rede social, um link que prometia um pacote de férias para a família, onde continha um programa de software usado para enviar a publicação, e que acabou permitindo o acesso ao computador do alvo.

A revista Exame publicou que a Nasa foi hackeada com o uso de um computador de US$ 35, normalmente usado por crianças, num ataque que durou quase um ano, e a agência foi obrigada a desligar sistemas de controle de voos espaciais do centro afetado pelo invasor de sistemas.

Desde que foram levantadas hipóteses de fraude nas eleições de 2020, as declarações de autoridades ligadas ao sistema eleitoral, tentando isentar as urnas de eventuais vulnerabilidades, têm sido intensas e vazias de argumentos capazes de convencer a sociedade nesse sentido.

O ministro Barroso afirmou que o ataque foi bloqueado a tempo e não interferiu na eleição.

“Houve reação imediata de nossos técnicos. Foi um acesso de várias origens, como o Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia. Esse tipo de ataque se chama ataque distribuído de negação de serviços, que consiste na tentativa maciça de pelo grande número de acessos de derrubar o sistema. Não derrubaram o sistema e portanto foi inteiramente inócuo”.

Enfatizou que “as urnas de votação não são conectadas em rede, o que as protege de qualquer tipo de ataque que possa interferir no processo eleitoral”.

Talvez os técnicos do TSE devessem ser contratados para defender o Pentágono, a Nasa e a Otan de ataques cibernéticos.

Defendem pontos de vista no mínimo polêmicos, sem qualquer argumentação lógica, como se suas palavras tivessem o condão da idoneidade, isentas de comprovações, enquanto as nossas, de simples mortais, independentemente de cargo ou imunidade, estão sujeitas a inquéritos ilegais e interpelações de suas eminências, seres ungidos por 1 único voto providencial e autoproclamados representantes e defensores da sociedade.

Se realmente suas palavras tivessem a credibilidade que eles atribuem, as acusações mútuas que fazem em suas audiências públicas seriam suficientes para colocar a todos para correr daquela desmoralizada Corte “debaixo de vara”, como dizia um saudoso decano.

Os paraguaios, maiores vítimas de bullying pela mídia brasileira, adotaram o voto impresso nas eleições e vivem dando exemplos de cidadania que não percebemos ou não interessa divulgar e que poderíamos imitar: expulsaram políticos e um presidente corrupto; repudiaram os alijados fixando listas de “persona non grata” às portas de estabelecimentos comerciais (se isso ocorresse no Brasil, seria necessária uma muralha da China para enumerar tantos corruptos).

Enquanto isso, por aqui, o TSE e as viúvas deserdadas da corrupção fogem do voto auditável como o diabo foge da cruz.

Em 2021, o ministro Barroso chegou a declarar: “Se o Congresso decidir que deve ter voto impresso e o Supremo validar, vai ter voto impresso. Mas vai piorar “.

Essa é uma clara demonstração de que o STF se atribui o poder de validar ou não tudo o que é decretado pelo Executivo ou aprovado no Judiciário.

A mídia desmamada tem falado com desdém a respeito das questões encaminhadas pelas Forças Armadas ao TSE sobre o sistema das urnas eletrônicas. Seus “especialistas” afirmam, com ares de cientistas, que as perguntas foram triviais e genéricas.

Grandes respostas podem ser extraídas de uma pergunta trivial. O importante é a interpretação que o Comando de Defesa Cibernética, expert em Tecnologia da Informação e Defesa Cibernética, que formulou essas questões “simplórias”, irá dar às “inteligentes” respostas recebidas, bem como o tratamento que será dado e as medidas que serão adotadas pelo Ministério da Defesa para contestar e contrapor-se a eventuais discrepâncias detectadas no sistema.

Uma forma simples e segura de, pelo menos, dificultar uma eventual tentativa de fraude nas urnas é o comparecimento dos conservadores vestidos com camisas amarelas para votar, formando um verdadeiro tsunami amarelo, que obrigaria a mídia a registrar a superioridade dos nacionalistas sobre a esquerdalha.

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