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Está na hora de a paz reinar entre árabes e judeus

O Oriente Médio, uma das regiões mais ricas em história e diversidade cultural do mundo, continua sendo palco de conflitos que atravessam gerações. Apesar dos múltiplos esforços para alcançar a paz, a violência persiste, alimentada por uma complexa combinação de disputas territoriais, políticas, religiosas e étnicas. Ao olharmos para esse cenário, é essencial adotar uma visão equilibrada e condenar, com a mesma veemência, todas as formas de extremismo que agravam o sofrimento da população local.

A crítica à violência precisa ser clara e universal. Grupos políticos armados e facções extremistas, que atuam à margem dos Estados constituídos, promovem uma desestabilização que ameaça tanto a segurança quanto a soberania das nações envolvidas. Não importa o lado de onde venha a agressão: quando grupos não estatais tomam as rédeas do conflito e utilizam mísseis como estratégia, minam qualquer possibilidade de paz e diálogo. Suas ações geram medo e destruição, desrespeitando o princípio básico do direito à vida, que deve ser preservado acima de qualquer disputa política ou territorial.

Mas é importante também reconhecer que a violência não se limita a ações de grupos armados. O uso da força desproporcional por parte de qualquer Estado ou entidade é igualmente condenável. Governos que buscam suprimir seus oponentes pela força, sem considerar o impacto humanitário, apenas ampliam a dor e o sofrimento das populações afetadas. A crítica, portanto, deve ser dirigida a todos os agentes que perpetuam esse ciclo de violência, sem distinções, e sem deixar que a retórica de defesa ou ataque a um dos lados se sobreponha à defesa universal da paz.

O que torna o conflito no Oriente Médio tão complexo é sua origem ancestral, marcada por décadas de disputas e ressentimentos acumulados. Grupos de ambos os lados estão presos a uma narrativa de inimizade irreconciliável, que é constantemente reforçada pela disseminação do ódio. A intolerância religiosa, étnica e política se tornou um combustível poderoso para manter o fogo do conflito aceso. É inadmissível que, em pleno século XXI, pessoas ainda se deixem governar por discursos que promovem o ódio e a segregação.

É fundamental ressaltar que a violência – seja ela perpetrada por grupos extremistas ou por ações de Estado – nunca pode ser vista como uma solução legítima para os problemas da região. A morte e a destruição apenas criam um ciclo de retaliação que perpetua a instabilidade. No entanto, existem ações que representam uma ameaça ainda mais profunda, pois não só desafiam a autoridade dos Estados, mas também criam um ambiente onde o caos e a desordem se tornam regra. Sua rejeição deve ser clara, mas sempre acompanhada de uma crítica equilibrada à violência de qualquer origem.

Se quisermos romper esse ciclo, será necessário abandonar a narrativa da intolerância e do ódio. O Oriente Médio não precisa de mais derramamento de sangue, mas de lideranças que estejam dispostas a sentar à mesa e dialogar, promovendo soluções baseadas no respeito mútuo e na convivência. A verdadeira paz só será alcançada quando todos os envolvidos reconhecerem que a vida humana é o valor mais importante, e que qualquer solução para o futuro da região precisa ser construída com base na justiça, na dignidade e na igualdade de direitos.

Assim, o equilíbrio necessário na análise desse conflito reside na condenação intransigente de toda violência, independentemente de sua origem. A morte, sob qualquer justificativa, não deve ser normalizada, e a intolerância – seja promovida por grupos extremistas ou governos – deve ser combatida. Apenas dessa forma será possível criar um futuro mais promissor para o Oriente Médio, um futuro onde o respeito à vida humana seja a verdadeira bússola para a paz.

*João Zisman se veste com a bandeira de Davi; *José Seabra, tem o sangue vermelho como o vinho produzido no Vale do Bekaa. Os dois estão frequentemente degustando um uísque, um café, na mesma mesa, fazendo o que consideram seu maior bem: os laços de uma amizade que se fortalece a cada dia há mais de 30 anos.

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