Envolta em mistério, a estreia de Hedi Slimane à frente da grife Céline é uma das mais aguardadas do ano – e está programada para a temporada de moda feminina de Paris, em setembro. Famoso por chacoalhar o estilo de grifes tradicionais, como a Saint Laurent, impulsionando as vendas e lucros, sua estratégia na nova casa aos poucos começa a ser desvendada.
Uma reportagem do Business of Fashion aponta outras novidades além da expansão da etiqueta com coleções masculinas, de alta-costura e linha de fragrâncias. Uma delas é a remodelagem das 140 boutiques da grife, assim como a inovação da estratégia de lançamentos que deve contar com mais coleções cápsula, no mesmo molde do que a Supreme faz, e aberturas de lojas pop-up.
Em termos de produtos, segundo apurou o BoF, a ideia do primeiro lançamento é dar o tom dessa nova Céline, com uma coleção de clássicos atemporais. “Ainda que Slimane esteja sendo respeitoso com a Celine de Philo, ele está fazendo exatamente aquilo para quem foi contratado, trazendo sua própria visão da marca, assim como Philo fez com a sua”, afirma a reportagem.
Hedi Slimane é um estilista controverso na moda. Controlador, trata com o maior rigor a construção de imagem e experiência de marca. Nâo frequenta redes sociais nem é fã de Instagram (começou a postar em seu perfil oficial apenas em 13 de março de 2017). No período em que esteve à frente da Saint Laurent, escolhia a dedo as publicações com que a marca se relacionava, exigia aprovação de lay-outs com imagens de divulgação da grife e investia em festas pós-desfile em clubinhos alternativos, com convidados da cena rocker underground e sem fotos permitidas.