Os pesquisadores do laboratório do Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) anunciaram na quinta-feira que foram capturadas partículas de “matéria obscura” no módulo Espectômetro Magnético Alpha (AMS, na sigla em inglês) que fica na Estação Espacial Internacional (ISS).
Segundo os cientistas, essa pode ser uma indicação de um novo fenômeno físico e talvez seja a evidência indireta das partículas que formam a “matéria obscura” – a misteriosa e invisível matéria que constitui cerca de 25% do Universo.
“Esses são resultados inexplicáveis, que são um estímulo para a comunidade científica, tanto para teóricos como para experimentais. Isso significa que nós podemos estar às portas de uma nova descoberta e de um novo mistério”, afirmou o diretor do Cern, Rolf Heuer.
Os dados foram recolhidos pelo módulo – que tem como função capturar essas partículas – entre 2011 e 2015. A unidade permite uma precisão extraordinária para determinar as composições dos raios cósmicos. Para Heuer, essas informações “não podem ser explicados à luz dos modelos atuais de comportamento dos raios”.
Com uma explicação mais técnica, o presidente da ASI, Roberto Battiston, informou que foram “notadas anomalias tanto na medida dos pósitrons como na dos antiprótons”. Battiston ressaltou que a descoberta “está mostrando um cenário completamente diverso a respeito do que era esperado”.