Assim que o escândalo Cambridge Analytica atingiu seu clímax, a empresa de mídia social se envolveu em um novo debate sobre suas políticas de contraterrorismo ou, mais provavelmente, nas implicações de uma ferramenta bem conhecida que o Facebook tem usado universalmente para reunir aqueles que pensam igualmente.
O Facebook agora é acusado de introduzir milhares de extremistas do Estado Islâmico entre si através de seu amplo recurso de “amigos sugeridos”, facilitando assim o acúmulo de redes terroristas e sua extensão adicional, informou o The Telegraph.
Em termos mais amplos, por meio de um conjunto de algoritmos elaborados, o Facebook conectou pessoas com interesses comuns e, mais especificamente, milhares de apoiadores do Daesh em pelo menos 96 países cujas contas foram analisadas no contexto de novas pesquisas.
O gigante da mídia social colhe automaticamente pilhas de informações pessoais sobre seus usuários registrados, que posteriormente são úteis no anúncio e direcionam as pessoas para outras pessoas que, como o Facebook alega, compartilham seus interesses. O que a nova pesquisa está focada é até que ponto o conhecido recurso de “amigos sugeridos” ajudou os terroristas do Daesh a estabelecer seus laços intercomunitários e promover seus materiais de propaganda.
As descobertas devem ser publicadas no final de maio em um relatório completo preparado pelo Counter Extremism Project, uma organização sem fins lucrativos que recentemente pediu às empresas de tecnologia que façam mais para remover materiais terroristas já conhecidos de fontes on-line.
Gregory Waters e Robert Postings, que estão entre os autores da pesquisa, descreveram como eles foram inundados com hordas de sugestões no Facebook para amigos pró-Daesh e vários pedidos de amizade relacionados depois de fazer contato com apenas um islamita ativo no site. Experiência semelhante também é amplamente compartilhada no Twitter, com os usuários chegando a chamar o Facebook de uma plataforma que incita o terrorismo.