O período de estiagem chegou ao Distrito Federal e deve se prolongar até setembro. Com a ausência da chuva e a queda da temperatura, o inverno seco, típico do cerrado, vai predominar, como é característico do clima de Brasília. Além dos efeitos sentidos pelos moradores, é importante lembrar que a falta de chuva reduz a quantidade de água nos córregos e rios. E os reservatórios do Descoberto e de Santa Maria/Torto, que abastecem cerca de 80% da população do DF, perdem, naturalmente, volume. Sendo assim, é ainda mais importante fazer o uso racional da água.
O maior reservatório do DF, o do Descoberto, verteu continuamente entre 15 de fevereiro e o dia 15 deste mês. Já o de Santa Maria verteu entre 14 de fevereiro e 16 de março, atingindo novamente seu nível máximo em 20 de abril. Os altos índices representam segurança hídrica para o DF atravessar o período da seca, mas é preciso manter os hábitos de consumo consciente da água.
A Caesb trabalha no monitoramento constante para garantir a segurança hídrica. No entanto, é importante que toda a população se envolva e faça o uso racional da água, evitando desperdício. Pequenas ações do dia a dia contribuem substancialmente para a preservação desse recurso finito. Reaproveitar a água em casa, reduzir o banho ou, até mesmo, não usar mangueira para lavar a calçada e o carro são atitudes conscientes e que fazem a diferença.
Técnicos da Caesb explicam o trabalho que vem sendo realizado pela companhia e a importância da conscientização da população neste período de estiagem.
Confira abaixo.
Quais são as medidas que vêm sendo tomadas para mitigar os efeitos da seca e garantir a segurança hídrica para a população do DF?
Segundo o gerente de Planejamento e Controle Operacional da Empresa, Cristiano Gouveia, a Caesb destina esforços em diferentes linhas de atuação para promover a segurança hídrica. As ações abrangem a ampliação de sistemas produtores de água, passando pela instalação ou reforma de unidades operacionais, controle e redução de perdas, educação ambiental, proteção de mananciais, automação de processos industriais, entre outras.
Como o usuário pode contribuir para não impactar a diminuição dos níveis dos reservatórios e manter a economia de água no DF?
As analistas da Gerência de Gestão Ambiental Corporativa da Caesb Karina Bassan e Erika Radespiel explicam que, para que se faça a verdadeira gestão sustentável deste recurso, é preciso pensar de forma mais abrangente e sistêmica, repensando também os hábitos de consumo. São várias ações que devem ser adotadas no dia a dia, como:
• verificar regularmente possíveis vazamentos em casa;
• irrigar as plantas com regador em vez de mangueira;
• quem tem áreas externas deve dar preferência a plantas nativas do cerrado, que são mais resistentes e demandam menos água;
• usar aeradores de torneira que consomem menos água;
• retirar os restos de comida da louça a ser lavada e usar uma bacia para colocar a louça enquanto passa o sabão;
• quem tem piscina deve mantê-la coberta fora do período de uso;
• usar baldes para lavar o carro, janelas, etc;
• reaproveitar a água da lavagem de roupas para lavar pisos e áreas externas;
• juntar várias peças de roupas sujas para usar a máquina de lavar apenas uma vez.
Além dessas dicas, é preciso pensar na água invisível, que é a água despendida para consumo de produtos e serviços, utilizada na produção de alimentos, na indústria, no comércio e no lazer, por exemplo. É importante compreender que o cuidado e a responsabilidade com a água não se restringem apenas àquela água fornecida nas torneiras, mas em toda a cadeia de consumo.
Como o período de seca impacta os níveis dos nossos reservatórios?
O gerente Cristiano Gouveia alerta que, à medida que o período de seca se intensifica no DF, a disponibilidade hídrica nas captações a fio d’água (sem reserva) diminui. Então, os reservatórios (que acumularam água no período de chuva), precisam fornecer mais água para complemento da demanda. Assim, é natural que durante o período de seca os níveis dos reservatórios caiam.