Enquanto a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social informa uma diminuição nos índices da violência nos três primeiros meses deste ano, moradores da cidade Estrutural balançam os braços para os lados e vivem afundados na sensação de insegurança.
O comércio é o que mais tem sofrido nos últimos dias, embora o governo diga que o roubo neste segmento teve uma queda de 39,3% no primeiro trimestre. As estatísticas, porém, não são específicas por regiões.
Nas últimas duas semanas, a loja de conveniência do BRB, ao lado do restaurante comunitário da Estrutural, sofreu três assaltos. Dois no mesmo dia. Depois dos episódios, a dona do estabelecimento precisou contratar segurança privada.
A Polícia Militar também chegou a fazer campana em frente ao local, e sempre dava as caras por lá no final do expediente, quando se realizava o fechamento do caixa. Mesmo assim, os funcionários da loja não perderam o medo. Ao contrário. Largaram o emprego.
No final de abril, oito assaltos a ônibus foram registrados em menos de 24 horas. Mas não é só. De acordo com dados da Secretaria de Segurança, o tipo de crime foi um dos únicos a crescer. Subiu 41,2%, nos três primeiros meses de 2015, comparado com o mesmo período do ano passado.
Por conta da violência, motoristas e cobradores fizeram manifestações pedindo mais segurança. Na Estrutural, especificamente, houve 45 assaltos.
Nessa ocasião, o secretário Arthur Trindade declarou que a Operação Coletivo, no qual policiais militares abordam ônibus e passageiros em pontos de ônibus, seria intensificada. Mas alertou ao citar a necessidade de infraestrutura na Estrutural.
Na Estrutural é assim. Uma verdadeira Cidade de Deus no coração de Brasília. E enquanto o governo discute estatísticas e teorias, os moradores saem de casa para trabalhar imaginando se voltarão em paz para o aconchego, nem sempre confortável, do lar.
Elton Santos, Repórter Especial