Notibras

Estudo da Codeplan aponta desigualdades sociais em Brasília

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, na tarde desta quarta-feira, os resultados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2013. Os indicadores reforçam o abismo social entre as regiões administrativas. A renda per capita do Lago Sul e do Jardim Botânico, por exemplo, é quase 15 vezes maior do que na Estrutural.

O grau de instrução também está diretamente relacionado aos ganhos das famílias. Enquanto 66% dos moradores do Sudoeste e da Octogonal têm diploma de ensino superior, na Estrutural apenas 0,51% dos residentes são formados. Já o índice de analfabetismo no Paranoá é de 4,48%, enquanto, no Sudoeste, 100% dos moradores sabem ler e escrever.

O estudo divulgado pelo presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, ainda confirma a centralização dos postos de trabalho no Plano Piloto. Em apenas três das 31 regiões administrativas contempladas no estudo, mais da metade da população mora e trabalha na própria cidade. “As atividades laborais das pessoas ainda estão bastante concentradas no Plano Piloto. Embora tenha havido uma redução em relação à última pesquisa—feita em 2011— o processo de descentralização se dá de forma bastante lenta”, afirmou Miragaya.

Seguindo a tendência de anos anteriores, Ceilândia continua sendo a maior e mais populosa região administrativa do DF. São mais de 456 mil pessoas. Na sequência, aparece Samambaia (229 mil), seguida pelo Plano Piloto (216 mil) e por Taguatinga (214 mil). Percentualmente, a região com o maior incremento populacional foi São Sebastião, que ganhou mais 20 mil habitantes, um aumento de 12%.

Para o gerente da base de dados da Codeplan, Jusçanio Souza, a principal função da PDAD é permitir aos gestores construir medidas utilizando-se de dados confiáveis: “A ideia é oferecer aos administradores públicos meios para que consigam focalizar os problemas mais latentes e arrefecer, por meio de políticas públicas, as desigualdades socioeconômicas”.

Os pesquisadores da Codeplan devem iniciar a PDAD 2015 em fevereiro, e a previsão é encerrá-la em 2016. Essa edição contará com algumas novidades, como a inserção de cinco indicadores no questionário: participação social, mobilização pela escola pública, segurança no domicílio, acesso à internet e frequência a cursos preparatórios.

Para a elaboração de uma pesquisa que retrate a condição social de cada cidade, o coordenador de campo da Codeplan, Douglas de Queiroz, pede que a população contribua no levantamento. Ele reclama que, principalmente nos bairros mais nobres, síndicos de condomínios dificultam o acesso aos moradores.

“É importante esclarecer que os nossos pesquisadores são uniformizados, usam crachá e portam o documento de autorização da pesquisa”, descreveu. “É bom frisar que a construção de um retrato fiel auxilia no desenvolvimento da região, portanto, fazemos um apelo para que as pessoas recebam os nossos pesquisadores.”

Saulo Araújo, Agência Brasília

Sair da versão mobile