Estudo revela que cobra fêmea tem dois clitóris

Cobras fêmeas têm clitóris, confirmou um estudo sobre a genitália do animal. Se os répteis carnívoros escorregadios, sem membros e muitas vezes venenosos realmente obtêm prazer com isso, permanece uma questão em aberto, brincou a a cientista Jenna Crowe-Riddell, coautora e pesquisadora de pós-doutorado em neuroecologia na Universidade La Trobe.

De acordo com o estudo, publicado no Proceedings of the Royal Society B, enquanto os pênis de cobras machos foram detalhadamente e conquistaram o fascínio entre os pesquisadores pelos espinhos, ganchos, depressões e adornos semelhantes dos apêndices, os órgãos sexuais de suas contrapartes femininas foram negligenciados.

Agora a pesquisa, intitulada “Primeira evidência de hemiclitores em cobras”, oferece a primeira descrição completa do clitóris em cobras fêmeas.

Incursões anteriores na pesquisa da genitália de cobras femininas muitas vezes acreditavam erroneamente que os órgãos que descobriram durante a dissecação eram glândulas odoríferas ou versões subdesenvolvidas de pênis. Ou, alguns sugeriram que os órgãos sexuais femininos eram inexistentes.

No entanto, o novo estudo descobriu que as cobras têm dois clitóris individuais, hemiclitores, que são separados por tecido e confortavelmente escondidos pela pele na parte inferior da cauda.

“Tentar encontrá-lo nem sempre é a coisa mais fácil – alguns são extremamente pequenos”, disse Folwell, que havia dissecado os clitóris em uma víbora morta, que tinha “hemiclitores razoavelmente proeminentes”.

Além disso, descobriu-se que os hemiclitores são compostos de tecido erétil com vasos sanguíneos e terminações nervosas, que “podem ser indicativos de sensibilidade tátil, semelhante ao clitóris dos mamíferos”.

Os autores do estudo levantaram a hipótese de que os órgãos sexuais “têm significado funcional no acasalamento” em cobras, embora admitam que mais pesquisas sobre os padrões de comportamento das cobras seriam necessárias para confirmar isso.

Os hemiclitores podem ser responsáveis ​​por algum tipo de “estimulação”, sinalizando para “relaxamento e lubrificação vaginal”, de acordo com Folwell. Quanto ao seu co-autor, Crowe-Riddel, ela brincou: “Agora que sabemos que isso está aqui, sabemos como é, sabemos que há tecido erétil com nervos – não podemos deixar de pensar: por que isso não seria por prazer?”