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Elefantes sonâmbulos

‘Eu sou um poema ensandecido, incontrolável, tal qual deuses selvagens’

Publicado

Autor/Imagem:
Christian Dancini - Foto Produção Francisco Filipino

Não consigo esquecer a faca que
rompe o papel para além do obscuro.

Meus poemas
são a subversão palpável
de elefantes sonâmbulos, criando
vasos sanguíneos telúricos.

Eu devoro santos e malditos e os trituro em palavras,
quase como um pássaro azul perdendo seu fôlego.

À noite, um amálgama de interjeições:
meu Deus! Quem sou eu?
A música é azul, os mares, verdes;
inclino minha cabeça em vertigem,
oceanos transbordam da minha
garganta forrada de espinhos.

O poema é para ser, longe do sentido.
O poema deve existir e alcançar quem precisa.
E eu sou um poema tremendamente ensandecido,
incontrolável, tal qual deuses selvagens,
que impelem aos milhões para fora
da ejaculação precoce de um espírito em desordem.

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