No Dia Mundial do Cérebro, comemorado no dia 22 de julho, vale destacar a importância de priorizar a saúde cerebral por meio de ações de prevenção às doenças neurológicas (demências, acidente vascular cerebral, transtornos do comportamento), que acometem milhões de pessoas em todo o globo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a saúde do cérebro não constitui apenas a ausência de doença e enfermidade, mas propõe uma abordagem individual e neurológica voltada para a adoção de hábitos pautados na proteção, prevenção, preservação e planejamento.
De acordo com a OMS, é necessária uma mudança de olhar ressaltando a prestação de cuidados centrados mais na pessoa que na doença neurológica, considerando os diversos atores e esferas envolvidos, começando de cada pessoa até políticas públicas. Nesse sentido, o Hospital Anchieta tem adotado uma abordagem preventiva, que começa junto ao paciente de forma a proteger, prevenir e preservar a saúde cerebral.
A preservação da saúde cerebral é feita por meio da prática de atividade física regular, atividades mentais e uma dieta saudável. A proteção e a prevenção passam pela decisão de diminuir o álcool, o cigarro, reduzir a ingestão de açúcar, controlar o colesterol, a hipertensão, o excesso de peso, depressão e diabetes. Por fim, tem o planejamento que envolve cuidar do meio-ambiente (poluição, lixo, saneamento), da educação, além de aspectos econômicos e sociais. Essas três esferas são trabalhadas quando se fala em saúde do cérebro: preservar, proteger e prevenir, unido tudo ao planejamento, mais global.
A Associação do Alzheimer (do inglês Alzheimer’s Association) informa que, no Brasil, mais de 1 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência. Em todo o mundo, ao menos 44 milhões de pessoas vivem com demência. A WFN (do inglês, World Federation of Neurology), indica que até 2050 33% da população terá alguma doença neurológica. Esse impacto fica ainda mais expressivo quando se leva em consideração o custo dessa doenças uma vez que um paciente com doenças neurológicas incapacitantes custa até três vezes mais que um paciente oncológico e mais de 50% mais que um paciente diabético, durante a vida.
Prestação de cuidados
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em expectativa de vida da população brasileira, em 2022, era de 75,5, com projeção para 80 anos em 2040. O estudo comprova que as pessoas estão vivendo na terceira idade por mais anos e, dessa forma, a prevalência de doenças neurológicas, como AVC, doença de Parkinson, Alzheimer, tem aumentado bastante.
Tais doenças são incapacitantes e algumas vezes podem levar à morte do paciente. Diante disso, a neurologista do Hospital Anchieta Juliana de Sousa Batista Braga afirma a necessidade de se trabalhar diariamente na prevenção para manter a saúde do cérebro. “Objetivamente a gente pode cuidar para ter uma alimentação mais balanceada, reduzir o consumo de açúcar, evitar álcool e o tabagismo, cuidar do sobrepeso, da obesidade, que são fatores de risco para essas doenças”, afirmou.
Outra abordagem feita pela especialista é em relação à saúde mental, cuidar em relação à rotina, muitas vezes sobrecarregada de atividades que levam ao estresse. “Quando não se pode mudar uma rotina estressante, é interessante inserir atividades que trazem relaxamento no dia a dia, como lazer, meditação, dentre outas. Para os idosos, a socialização é muito importante, além da aprendizagem de novas habilidades”, ponderou.
Além dessas dicas, a neurologista Juliana Braga ainda chama atenção para outro ponto importante que a prática de atividade física regular. “É preciso sair do sedentarismo, que é um fator de risco para doenças neurológicas. A realização de atividade física aeróbica por pelo menos 150 minutos por semana é extremamente importante, uma atividade supervisionada de acordo com as limitações de cada pessoa e regularmente procurar o seu neurologista caso tenha algum sintoma ou para a realização de um check-up e prevenção dessas doenças”, finaliza a especialista.
Neste Dia Mundial do Cérebro, é essencial conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do cuidado com a saúde neurológica. Adotar um estilo de vida saudável, buscar acompanhamento médico regular e estar atento aos sinais e sintomas precoces dessas doenças são medidas fundamentais para preservar a saúde do cérebro e prevenir complicações futuras. A Academia Europeia de Neurologia preconiza: um cérebro, uma vida.