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Em maus lençóis

Ex-advogado de Trump pode complicar presidente

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Autor/Imagem:
Pedro Nascimento, Edição

O ex-advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, declarou que, antes de mais nada, é leal à sua família e a seu país, o que foi visto como um indício de que vai colaborar na investigação em aberto contra o presidente americano.

“Para sermos claros: minha esposa, minha filha e meu filho e este país têm minha lealdade antes de tudo”, disse Cohen, em entrevista à rede ABC News, nesta segunda-feira, no momento que enfrenta a possibilidade de ser detido em Nova York.

Essas palavras despertaram as especulações sobre se Cohen teria material que possa incriminar Trump e sobre se ele “se voltaria contra” seu antigo chefe, algo que estaria em clara contradição com suas declarações anteriores, quando garantiu que “receberia um disparo pelo presidente”.

O FBI (a Polícia Federal americana) fez uma revista em sua casa e em seu escritório, em abril, em meio à investigação dirigida pelo procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre Rússia e a equipe de campanha de Donald Trump na eleição presidencial de 2016.

Em sua primeira grande entrevista desde então, Cohen não elogiou Trump, divergiu das críticas feitas pelo presidente à investigação federal e se distanciou do republicano, de acordo com a ABC News.

Procuradores federais de Manhattan estão investigando Cohen por violações da lei eleitoral e por possíveis crimes financeiros. Ainda não foi preso, nem acusado de crime algum.

Cohen, que se tornou advogado pessoal de Trump em 2007, é conhecido por pagar 130.000 dólares à estrela pornô Stormy Daniels, pouco antes da eleição presidencial de 2016, para que não tornasse público o caso que teria tido com o presidente. A Casa Branca nega que Trump tenha se relacionado com Stormy.

No início, Cohen disse ter usado seu próprio dinheiro para pagar Daniels, e Trump não lhe devolveu a quantia. Depois, Trump afirmou tê-lo feito, ainda que, em um primeiro momento, tenha negado ter conhecimento do pagamento.

“Não sou o vilão nessa história, e não permitirei que os outros tentem me descrever assim”, disse Cohen.

“Quero recuperar meu nome, minha reputação e minha vida”, frisou.

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