No fim da noite desta terça-feira (9), o ex-cabo da Polícia Militar Wiliam de Paula foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado pela morte do menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, em julho de 2008. João foi morto a tiros quando o carro de sua mãe foi confundido com o de criminosos que eram perseguidos por policiais na Tijuca e atingido por 17 disparos.
“Finalmente, a justiça justiça foi feita”, comemorou a mãe de João Roberto, Alessandra Soares, chorando ao lado do marido Paulo Roberto Soares, pai do menino. “Vou chorar e abraçar meus filhos quando chegar em casa”, disse Alessandra. Para ela, a sentença é muito para tentar que outras famílias não passem por isso.
O ex-cabo foi condenado por homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio, contra a mãe e o irmão de João Roberto.
No debate final entre defesa e acusação, o promotor Fábio Vieira dos Santos, representante do Ministério Público, ressaltou que o argumento da defesa de que houve confronto entre os PMs e bandidos não se sustentava.
“O local não era perto de morro e o acusado não estava em situação de risco. Ele quis matar. Os disparos foram feitos por ele para dentro do carro”, disse.
A advogada assistente de acusação, Marta Barbosa, afirmou aos jurados que era melhor “20 bandidos soltos do que uma criança de 3 anos morta”.
O defensor público Felipe Lima tentou argumentar que os PMs estavam sob tensão, em perseguição a bandidos e não refutou que houve um erro grave. Porém, segundo a defesa, o local era escuro e o carro da mãe de João Roberto era semelhante ao dos bandidos.