O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público deflagraram na manhã desta terça-feira (04) a ‘Operação Profilaxia’. O objetivo é o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão, em sete endereços do Rio.
A ação, que conta com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro (SSINTE/SESEG) e da Corregedoria da Polícia Militar, é um desdobramento da Operação ‘Amigos S.A’, que prevê a responsabilização criminal por lavagem de capitais, praticados por um coronel, dois majores, um capitão, um sargento e dois civis (não policiais).
O GAECO foi até a casa do ex-subcomandante do 14º BPM (Bangu), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas, no Condomínio Península, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. O imóvel é avaliado em R$2 milhões e estava em nome de terceiros, indício, de acordo com os promotores, de lavagem de dinheiro e ato de improbidade administrativa.
Segundo o Gaeco, foi oferecida denúncia contra o ex-comandante de Operações Especiais da Polícia Militar, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira; o ex-subcomandante do 14º BPM (Bangu), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; o ex-chefe da P2 do 14º BPM, capitão Walter Colchone Netto; o ex-coordenador operacional do 14º BPM, major Edson Alexandre Pinto de Góes; e as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do coronel Fontenelle. Todos são acusados pelo crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações, o coronel Fontenelle seria proprietário de dois apartamentos (Grajaú e Jacarepaguá) registrados em nomes de parentes e de terceiros e de uma casa em área nobre de Búzios, na Região dos Lagos. Os dois imóveis, juntos, são avaliados em mais de R$1,7 milhões. Além disso, Fontenelle também adquiriu um veículo Toyota Corolla.
No período das investigações, os agentes apreenderam R$ 287,6 mil em espécie na residência do major Edson. Também foram encontrados €400, joias em ouro e um bilhete manuscrito, que demonstrava uma divisão de quantias em dinheiro entre o coronel Alexandre, o major Edson e capitão o Colchone.
Durante a ação de hoje, até o momento, foram apreendidos diversos documentos, recibos, extratos bancários, notas fiscais e comprovantes de imposto de renda nas residências do coronel Fontenelle , do sargento Heiser (motorista PM do Fontenelle) e na casa do major Edson.
Operação Amigos S.A
A Operação ‘Amigos S.A.’ foi deflagrada no dia 15 de setembro de 2014. Foram denunciados pelo crime de associação criminosa armada 26 policiais militares do 14° BPM (Bangu), dentre eles, seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação de propina também foi preso. A quadrilha exigia pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão.
Em dezembro, após 42 policiais serem presos entre setembro e outubro, 20 deles foram soltos, beneficiados por um habeas corpus. Fontenelle foi um dos beneficiados, juntamente com o ex-comandante do 17ª BPM (Ilha do Governador), Dayzer Corpas Maciel.