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Excesso de álcool pode provocar síndrome cardíaca e acabar com a folia mais cedo

Alana Gandra

A Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj) divulgou hoje (25) um alerta sobre os riscos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas para o coração. Segundo o diretor de Qualidade Assistencial da Socerj, Luiz Eduardo Camanho, o consumo de bebidas aumenta não só no carnaval, mas também durante outras datas festivas, e isso pode provocar a chamada Holiday Hearth Syndrome, ou síndrome cardíaca de feriado, descrita em 1978.

De acordo com o cardiologista, há uma relação comprovada entre o consumo excessivo de álcool e a ocorrência de arritmia cardíaca, em especial a fibrilação atrial. O médico ressaltou, porém, que esse excesso de álcool é individual, não há uma dose padronizada ou um volume estabelecido de álcool ingerido que provoque a arritmia cardíaca.

“O uso abusivo de álcool, respeitando os limites de cada indivíduo, representa um gatilho para a ocorrência de arritmias cardíacas, principalmente a fibrilação atrial, que é a arritmia mais comum encontrada na prática clínica, no dia a dia”, explicou Camanho.

Tais arritmias podem surgir tanto entre pessoas que não estão acostumadas a beber quanto entre as que bebem regularmente. “Independentemente do hábito etílico, a arritmia pode ocorrer, sempre que houver excesso na ingestão de álcool.”

A Sociedade de Cardiologia recomenda bom senso e consumo moderado de bebidas alcoólicas no carnaval e que, ao sentir desconforto, como coração acelerado, sudorese, mal-estar intenso e fraqueza, as pessoas procurem assistência médica imediatamente. É necessário fazer eletrocardiograma e verificar a pressão e a frequência cardíaca, para confirmar o diagnóstico da arritmia.

Camanho acrescentou que também é preciso evitar a mistura de bebidas alcoólicas com energéticos convencionais, que têm grande quantidade de cafeína. Ele explicou que, embora não haja relação direta entre consumo de café e arritmia cardíaca, quando a pessoa ingere uma quantidade excessiva de cafeína e de álcool, acaba tendo dois estimulantes que são deflagradores.

“O energético entraria aí como mais um fator para a ocorrência de arritmia cardíaca, mas o álcool é a principal causa”, afirmou.

Durante o carnaval, o médico aconselha os foliões a beber muita água. “[É importante] beber muito líquido, porque o principal efeito do álcool é que ele causa desidratação celular”. Para cada copo de álcool ingerido, deve-se tomar, em média, o dobro de líquido, como água ou mate. “Que [o folião] se hidrate bastante. É fundamental para evitar sintomas em geral.”

Agência Brasil

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