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Exército põe na geladeira general que conclamou seus soldados à ‘luta patriótica’

O Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, decidiu demitir o general Antonio Hamilton Martins Mourão do comando Militar do Sul e transferi-lo para a Secretaria de Economia e Finanças do Exército, em Brasília. O general Mourão, assim, perde o poder de falar para tropa. A decisão foi tomada depois de reunião do alto comando do Exército em Brasília, nesta semana.

A mudança foi em virtude das declarações dadas por ele em fala a oficiais da reserva, quando fez duras críticas à classe política e convocou os presentes para “o despertar de uma luta patriótica”.

A fala do general foi questionada nesta quinta-feira, 29, pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores, que questionou o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, sobre a fala do general, que teria dito que “ainda tínhamos muitos inimigos internos, mas que eles se enganavam achando que os militares estavam desprevenidos” e que teria feito uma provocação, incitando os militares ao dizer: “eles que venham!”.

No início desta semana, outro problema. O Comando Militar do Sul fez uma homenagem póstuma ao coronel Brilhante Ustra, questionado pela Comissão da Verdade como torturador durante o regime militar. O Comando do Sul chegou a expedir convite para a cerimônia.

Esta postura do general Mourão acrescenta um ingrediente à crise política que o governo Dilma já vive. O Planalto havia deixado este assunto à cargo da Defesa porque não quer trazer mais esta questão para dentro do palácio.

Para o lugar do general Mourão irá o general Edson Leal Pujol, que estava na Secretaria de Economia e Finanças do Exército.

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