Explosão de supernova ‘chuta’ estrela morta para longe

Quando uma estrela massiva fica sem hidrogênio, às vezes ela se transforma em uma supergigante vermelha e explode em uma intensidade incomum. À medida que o núcleo colapsa, forma uma estrela de nêutrons ultradensa. Então, seus restos podem ficar escondidos na nebulosa criada pela explosão, mas novas observações recentes revelaram uma ocorrência ainda mais rara.

Trata-se de uma estrela morta lançada em grande velocidade pelo espaço a partir de seu local de nascimento. A descoberta coube a uma equipe de astrônomos. É apenas a quarta descoberta desse tipo, o que explica a empolgação dos cientistas.

Usando o radiotelescópio MeerKAT, astrônomos europeus observaram a formação estelar binária chamada GRS 1915+105, que consiste em um buraco negro e uma estrela normal. O trabalho deles fazia parte do ThunderKAT Large Survey Program.

Foi quando a equipe, liderada pela astrofísica Sara Elisa Motta, do Observatório Astronômico de Brera, na Itália, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriu acidentalmente um novo objeto, que parecia se assemelhar a um flash de luz.

Neste ponto, eles viram a semelhança do objeto com uma nebulosa pulsar arco-choque descoberta em 1987. Essa nebulosa foi descoberta por radioastrônomos usando o Very Large Array da National Science Foundation no Novo México. Foi apelidado de G359.23-0.82, também conhecido como “o Rato” devido à sua aparência em imagens de rádio, com algo parecido com um focinho e uma cauda longa e estreita.

A estrela morta foi apelidada de “Mini Mouse” devido à sua semelhança com a nebulosa de rádio detectada anteriormente. Este objeto foi produzido devido a circunstâncias muito especiais.

Após o desaparecimento de uma estrela massiva em uma explosão – uma supernova – se esta for, por assim dizer, desigual, a distribuição de energia desigual pode resultar em um fenômeno raro.

O pulsar formado durante a explosão gradualmente deixou o local de seu nascimento, movendo-se a uma velocidade de 320-360 km/s, com todo o processo acompanhado pela formação de uma rádio nebulosa com forma de cometa. Esse brilho de luz é o que chamamos de nebulosa arco-choque do pulsar.

“Graças à detecção de estruturas semelhantes ao Mouse e ao Mini Mouse, o MeerKAT ajudará a revelar mais jovens pulsares de rádio que se somarão à ainda pequena população de tais objetos, que se prevê contar com milhares de membros em nossa Galáxia”, disse a equipe de pesquisadores.