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Fotografias

Exposição une arte e acessibilidade no Espaço Cultural Renato Russo

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, Edição - Foto Divulgação

Brasília recebe de 13 de fevereiro a 13 de março, a exposição Além da Ataxia, no Espaço Cultural Renato Russo. Com autorretratos impactantes e intervenções urbanas que ocupam as ruas, o projeto, idealizado pela fotógrafa Pollyana Silveira, lança um olhar profundo sobre a acessibilidade e o combate ao capacitismo, convidando o público a refletir sobre inclusão e mobilidade.

Além da Ataxia apresenta os autorretratos de Pollyana Silveira, diagnosticada com Ataxia de Friedreich, uma doença neurodegenerativa que compromete a mobilidade. Suas fotografias capturam não apenas sua vivência com a deficiência, mas também a força e a beleza de corpos que desafiam padrões e barreiras sociais. Todas as imagens possuem audiodescrição disponibilizada para o público por meio de QR Codes. Além das fotos da artista, a exposição conta com relatos de outras mulheres com deficiência, cujas histórias conectam o público às experiências de exclusão e resiliência.

O projeto vai além da galeria e ocupa os espaços urbanos de Brasília e Samambaia com oito intervenções urbanas, realizadas em parceria com o Coletivo Transverso. Em Samambaia, paradas de ônibus próximas ao Instituto Federal de Brasília vão receber autorretratos de Pollyana Silveira e lambes criados em uma oficina de arte com estudantes e pessoas com deficiência. Em Brasília, intervenções nos arredores do Espaço Renato Russo vão exibir imagens de mulheres com deficiência, acompanhadas de relatos que denunciam a falta de acessibilidade nos espaços urbanos.

De acordo com Pollyana Silveira, o projeto fala das vivências de uma pessoa com uma doença rara, mostrando o cotidiano, as questões de acessibilidade, a normalização desses corpos e os desafios encontrados por eles. “O interessante é que escolhemos trazer esse assunto ao público não só sobre a minha ótica, mas também sobre a perspectiva de outras pessoas que vivem com algum tipo de deficiência. A proposta é falar além da minha questão pessoal, mas também alertar o público sobre uma doença rara, que é pouco conhecida pelas pessoas”, destaca a fotógrafa.

Pollyana, que já vive com o diagnóstico da doença há 18 anos, traz para a exposição também um pouco desse sentimento de espera. “Ataxia é uma doença que não tem cura, e eu tô na expectativa de conseguir um tratamento, que já é utilizado em outros países como Estados Unidos e Alemanha, e algumas regiões da União Europeia. As minhas fotos transmitem muito essa sensação de que o tempo está passando”, relata.

Para a curadora da exposição, Luiza Mader, os registros em preto e branco que vão ocupar o pátio central do Centro Cultural Renato Russo traduzem, em parte, como a artista tem convivido desde os seus quinze anos com esse diagnóstico que afeta todo o sistema nervoso, impactando, sobretudo a sua coordenação motora. “As obras que compõem a exposição contribuem para alterar os lugares de subordinação e patologização que a sociedade endereça às mulheres com deficiência, recriando um outro mundo possível onde esses corpos são plenos para gozar de autonomia e liberdade inventiva”, destaca.

O projeto vai promover uma mesa redonda durante a abertura oficial da exposição, no dia 13 de fevereiro, às 19h30, com o tema Arte e Acessibilidade – Desafios e Perspectivas. O bate-papo será mediado pela artista idealizadora do projeto Pollyana Silveira, e terá como convidadas a curadora Luiza Mader, a representante do Coletivo Transverso, Patrícia Del Rey e a especialista em acessibilidade Mônica Pereira. O evento é gratuito e aberto para comunidade.

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