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Exposições e debates marcam 100 anos da Academia Brasileira de Ciências no Rio

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Flávia Villela

No centenário da Academia Brasileira de Ciências (ABC), comemorado hoje (3), no Rio de Janeiro, astronomia, ciência e tenologia são as grandes atrações na cidade, com direito a exposição sob as águas da Baía de Guanabara.

Atracado pela primeira vez na cidade, ao lado do Museu do Amanhã, na zona portuária, o navio de pesquisa oceânica Vital de Oliveira pode ser visitado das 10 às 18h até sexta-feira. A embarcação, que faz pesquisas em alto-mar sobre a qualidade da água, foi utilizada, por exemplo, na análise da água na foz do rio Doce, devido à poluição provocada pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro do ano passado.

No Museu do Amanhã, a exposição Túnel do Tempo propõe uma viagem interativa na história dos 100 anos da academia e ficará exposta até o dia 15 deste mês. O consultor da mostra, Ildeo Moreira, professor do Instituto de física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explicou que foram destacados 18 cientistas de diversas áreas que tiveram contribuições significativas para a ciência brasileira: “Carlos Chagas, por exemplo, é um marco da ciência brasileira, pela descoberta da doença de Chagas, que teve impacto para a ciência brasileira e universal. Temos Osvaldo Cruz, um grande organizador da ciência, que foi da primeira diretoria da academia. Temos Johanna Döbereiner, que desempenhou papel importantíssimo na agronomia ao estudar a fixação de nitrogênio por bactérias no solo, o que ajudou a desenvolver a soja no cerrado brasileiro, economizando bilhões de dólares ao país e contribuindo para o meio ambiente”.

Também estão na exposição o médico Juliano Moreira, que foi um dos pioneiros da psiquiatria brasileira, no início do século XX e o físico Cesar Lattes, codescobridor do méson pi em 1947, a geógrafa Bertha Koiffmann Becker, por seus estudos sobre a Amazônia brasileira, entre outros acadêmicos de diferentes áreas.

O presidente da ABC, Jacob Palis, ressaltou que uma das prioridades da academia hoje é encorajar novos talentos do gênero feminino na ciência brasileira. “Queremos descobrir mulheres para serem eleitas pela academia, claro, com mérito. Mas a presença da mulher deve ser marcante”, disse ele. A Palis informou que a academia, em parceria com a iniciativa privada, tem realizado atividades de interesse comum, como o subsídio de projetos de mulheres cientistas jovens.

Para Palis, a academia está cada vez mais presente no país, contribuindo com estudos e pesquisas de profundidade, além de ter ganho nos últimos anos mais prestígio no exterior. “Participamos de entidades que congregam essas academias internacionais, temos workshops com essas academias de tempos em tempos. É um período de celebração, mas também de compromisso com o futuro,” completou ele.

Ainda hoje, às 19h, haverá o lançamento de um selo comemorativo, alusivo à data, no museu do Aamanhã. Está prevista a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Emília Curi. Amanhã (4), começa a Reunião Magna da ABC, realizada anualmente, que terá este ano o tema 100 Anos de Ciência: Construindo um Futuro Melhor. Haverá também palestras até sexta-feira,  sobre temas como os estudos do vírus Zika, saúde global, segurança alimentar sustentável, energia, novas tecnologias e educação, entre outros. As palestras e mesas são abertas ao público mediante a inscrição no site do Museu do Amanhã.

O encontro contará com a presença dos mais importantes cientistas brasileiros e de inúmeros cientistas estrangeiros, muitos deles ganhadores do prêmio Nobel, e de outros prêmios equivalentes, como a medalha Fields em matemática, e o prêmio Turing, em tecnologia da informação. A programação está no site do Museu do Amanhã.

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