A operação de retirada dos pinheiros do Parque da Cidade está chegando ao fim. Do total de 1 mil 628 pinheiros, quase 1 mil 400 já foram arrancados. Cerca de 50 pessoas atuam diariamente na supressão, remoção de troncos e de lenha, transportando o material por meio de seis carrocerias. A área da retirada é equivalente a 6,2 hectares, ou seja, de aproximadamente seis campos de futebol oficiais.
Os pinheiros cortados desde 3 de agosto têm sido armazenados no Viveiro II da Novacap, no Setor de Oficinas Norte, próximo à Água Mineral. De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital, os 6.126,46 m³ de madeira retirados seguirão para leilão público.
A retirada dos pinheiros visa à segurança da população que frequenta o parque e também tem caráter de adequação ambiental. De acordo com o engenheiro florestal da Novacap Leonardo Rangel da Costa, muitas daquelas árvores, que possuem em média 27,7 metros de altura, apresentam risco de queda, rachaduras, buracos, ferimentos, fungos, brocas, cupins, entre outros problemas.
“Nossa preocupação é entregar o parque com segurança para a população”, explica o engenheiro. “As árvores já estavam em declínio da sua vida. Era um local agradável, mas, devido ao risco de acidentes, a solução é a retirada desses pinheiros.”
Segundo os técnicos, os pinheiros haviam sido plantados com a previsão de durar 20 anos no local, e muitos possuem 40 anos. Além disso, não são árvores típicas do Cerrado, apresentando, portanto, impacto negativo sobre outras espécies.
Restauração da flora
Segundo maior parque urbano do mundo, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek terá o projeto original, criado pelo paisagista Roberto Burle Marx, retomado, com base em estudos técnicos junto ao Instituto Brasília Ambiental.
A proposta será colocada em prática após a supressão dos 1.628 pinheiros da área do bosque, localizado entre os estacionamentos 4 e 5. Após toda a retirada, será feito um plantio de espécies do Cerrado nos locais designados.
Fernando Salgueiro, 61 anos, que pedala no Parque da Cidade todos os dias desde 1989, elogia a iniciativa. “Aqui estava perigoso com os pinheiros caindo, inclusive para as pessoas que ficavam na área das churrasqueiras”, aponta. O ciclista acrescenta que a retirada vai abrir espaço para o replantio de árvores com sombra. “O parque precisa, aqui é o Cerrado de Brasília”, define.