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Mexeriqueiros de periferia

Falseadores da informação acabam fundidos com mesmo ferro que ferem

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Autor/Imagem:
Arimathéia Martins - Foto de Arquivo

Fofoqueiros por convicção, detratores de ocasião e legisladores, jornalistas ou patriotas sem argumentação, a trupe bolsonarista está tão perdida como um cachorro que cai de um caminhão de mudança. Sem portfólio para aparecer bem e sem repertório para criticar com sabedoria e criatividade os que fazem o que eles não souberam – e não sabem – fazer, os denominados abestados atiram para todos os lados, atacando adversários ou quem não lhe beneficiou com mentiras ou falsas verdades. E nessa lista sou obrigado a incluir colegas desventurados e que, por razões diversas, não conseguiram chegar à Vênus Platinada ou por ela foram dispensados.

Cito, por exemplo, um comentarista de uma multinacional de TV que, logo depois de se instalar no Brasil, sentou praça no exército bolsonarista para firmar asneiras contra o oponente de seu então queridinho, hoje em vias de recolhimento forçado. Quase dois anos após o encerramento do ciclo do governo que encheu os cofres da emissora com sede nos Estados Unidos, o cupanheiro anunciou, ao vivo, meio sem graça e com a voz embargada, os “próximos passos de Lula para não condenar seu ‘amigo’ e ditador, Nicolás Maduro”.

Preocupado apenas em desinformar, o “comentarista” talvez desconheça que somente o povo venezuelano tem condição de condenar ou não o parça camuflado de Bolsonaro em assuntos ditatoriais. Ainda mais vendido, o jornalista, desconhecido do grande público, insinuou que Luiz Inácio estava “dando tempo para Maduro fabricar novas atas”. É claro que a afirmação tem tanta sustentação quanto a credibilidade do “comentarista”. Faltou ele dizer que a expulsão do embaixador do Brasil na Nicarágua é fake news e que, na verdade, Lula e Daniel Ortega estão formando uma chapa única de esquerda para disputar a Presidência da República em 2026.

Como disse um sambista brasileiro, tem bobo pra tudo, inclusive para continuar endeusando um capetão em forma de político. São pessoas que não conversam. Elas brigam e descem o nível, pois não conseguem argumentar ou entender outros pontos de vista. Tentam a todo custo fazer o antagonista duvidar de suas convicções com teses normalmente adornadas por mentiras contadas com palavras bonitas. Não querem mudar, não pensam em evoluir e morrem acreditando que são mais inteligentes que todo mundo. O mais curioso é que elas se alegram com a própria condição.

É como agem os falseadores da informação. Desde os primórdios, a vocação deles é falar o que não sabe e criticar o que não conhece, se manifestar sem conhecimento de causa. Com a calma dos rinocerontes, sugiro a esses que sintonizem uma nova frequência. Além de arejar a mente, mudar o canal receptor de asneiras faz bem ao coração. Aos mais distantes da sapiência, recomendo o método mais simples: permaneça em silêncio quando não tiver consciência do que está dizendo. Em outras palavras, em boca fechada não entra ratazana. No jargão popularesco, peru de fora não dá peruada. A última da série bobagens bolsonaristas veio do Congresso Nacional, particularmente da Câmara dos Deputados.

Sem projetos sérios e de interesse do povo para apresentar, parlamentares da chamada oposição de chiqueiro criticaram a taxação de premiações recebidas por atletas olímpicos. Do tipo mexeriqueiros de periferia, os sem esclarecimento culparam Luiz Inácio por uma coisa que existe há pelo menos 50 anos. Sequer pesquisaram para saber que, na Olimpíada do Japão, durante a gestão de Jair Messias, a facada nos medalhistas chegou a R$ 1,2 milhão. Ou seja, atiraram no sapo barbudo e atingiram a anta no ninho. O troco veio rápido. Lula editou uma medida provisória isentando do Imposto de Renda os prêmios pagos pelo Comitê Olímpico do Brasil aos atletas ou paratletas. Como diz o ditado, quem fere com ferro fundido sempre acaba fundido com ferro frio.

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