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Falta de foliões deixou Carnaval de rua mais tranquilo

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O carnaval de Brasília foi marcado em 2018 pela presença de um número menor de foliões do que o registrado no ano passado e também pela queda nas ocorrências de violência. Nos quatro dias de folia, 750 mil pessoas brincaram nos blocos da capital. A maioria das intervenções policiais ocorreu em situações como brigas, desacato, roubo a transeunte, furto de celular, posse de arma branca e uso de drogas. Não foi registrado nenhum homicídio relacionado ao carnaval.

As informações constam de balanço apresentado nesta quarta (14) por integrantes do Governo do Distrito Federal (GDF). Em relação à violência, de acordo com a Secretária de Segurança Pública e da Paz Social, o número de ocorrências em 2018 foi menor. Até as 6h da manhã desta quarta-feira de cinzas foram registrada 437 ocorrências, contra 562 do ano passado, uma redução de pouco mais de 22%.

“Esse foi um dos carnavais mais tranquilos que tivemos aqui em Brasília e os números representam isso. Em que pese ter havido algum tipo de violência, a gente fica com o sentimento de que o carnaval de Brasília é bastante tranquilo”, disse o secretário de Segurança Pública, Cristiano Sampaio.

No total, o GDF promoveu a festa em 16 das 31 regiões administrativas do DF. A Polícia Militar empregou 5.500 agentes para trabalhar no carnaval, em 229 eventos. Até o momento, de acordo com o balanço da corporação, foram 51 roubos em 2018, bem menos do que os 141 de 2017. Foram apreendidas duas armas de fogo e 64 armas brancas e 48 pessoas foram presas.

Menos foliões – A quantidade de foliões que brincaram o carnaval nas ruas de Brasília foi a metade do registrado no ano passado, quando 1,5 milhão de pessoas bateram o recorde de público. Apesar disso, o secretário de Cultura, Guilherme Reis, comemorou o resultado da festa.

“Foram 750 mil pessoas fazendo festa, uma festa linda, para criança, adulto e idoso. Um carnaval seguro, bacana e rico em termos culturais”, disse. “O planejamento foi para um público superior ao que efetivamente foi para a rua. O carnaval vinha crescendo e precisava mais dessa atenção. Precisava mais de banheiro químico, estrutura de saúde, brigadista e isso a gente ofereceu para a cidade”, afirmou Reis.

Questionado se a diminuição ocorreu em razão de mudanças no trajeto de desfiles e no fato de alguns blocos não terem saído por falta de verba, Reis disse que o número de foliões é representativo e indica um crescimento sustentável do carnaval.

“Temos que pensar porque reduziu o número de pessoas esses números são aferidos pela Polícia Militar em algum momento. É um retrato da festa e pode não refletir o todo. É uma aferição complicada. Na minha opinião acho que estamos entre 750 a 900 mil pessoas e é um número bonito”, disse.

Gás de pimenta – Questionado sobre o uso de spray de pimenta pela polícia para dispersar os foliões em alguns blocos, Sampaio disse que o uso do dispositivo é recomendado por organismos internacionais por sua menor letalidade e que a corporação vai averiguar a possibilidade de ter havido abuso por parte das forças policiais.

“Se houve utilização em excesso, a polícia sempre apura e tomas as providências. O gás não pode ser usado indiscriminadamente”, disse.

Trânsito – O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) registrou a circulação de mais 314 mil veículos na área central de Brasília durante o carnaval.

Foram 1.549 autuações, 257 veículos rebocados, 395 motoristas pegos dirigindo alcoolizados, 323 carteiras apreendidas, 524 multas devido a não utilização do cinto de segurança e 104 por uso do celular ao volante.

Nenhum acidente com vítima fatal foi registrado. Em 2017 e 2016, foram registrada cinco mortes.

Depredação – Apesar de ter sido mais tranquilo, o carnaval no DF registrou um aumento no número de ocorrências envolvendo a depredação de bens públicos, ônibus e do metrô ao longo dos dias de carnaval.

Na terça, 13, após o encerramento dos desfiles dos blocos, houve registro de depredação no metrô. Janelas foram quebradas, o extintor de incêndio foi estourado, e o botão de emergência acionado, fazendo com que o trem ficasse parando durante muito tempo. Em nota, a companhia lamentou a ocorrência dos atos de vandalismo e disse que divulgará um balanço até o final do dia.

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