Falta dinheiro, a inflação aumenta tudo, vendas caem e os carrinhos ficam vazios
Publicado
emAndré Magnabosco
As vendas reais dos supermercados brasileiros apresentaram queda de 7,13% no mês de novembro na comparação com igual período do ano passado, segundo o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O indicador já considera dados deflacionadas pelo IPCA.
Na comparação com outubro deste ano, as vendas reais tiveram queda de 4,31%. No acumulado de janeiro a novembro, a retração é de 1,61% ante igual período do ano anterior.
Considerando a variação nominal, as vendas em novembro registraram alta de 2,60% ante o mesmo mês de 2014. Na comparação com outubro, o indicador encolheu 3,34%. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o crescimento nominal é de 7,09%
Na visão da Abras, os dados setoriais refletem as “dificuldades políticas e econômicas do País”, incluindo a elevação da taxa de desemprego. “Tanto a indústria quanto o setor de serviços deverão apresentar recuos fortes neste ano de 2015. A nossa expectativa é de que no próximo ano medidas importantes do ajuste fiscal sejam aprovadas e que finalmente comecemos a sair da crise e possamos retomar a trajetória do crescimento”, afirmou em nota o vice-presidente da Abras, João Sanzovo Neto.
Inflação – Levantamento de preços de 35 produtos de consumo, incluindo alimentos, bebidas e produtos de higiene, beleza e limpeza doméstica, aponta aumento de 4,2% no custo dos produtos em novembro, na comparação com o mês anterior. O resultado é impulsionado principalmente pelo preço da batata (45,57%) e do tomate (37,27%). Na outra ponta, destaque para a queda de 1,70% no preço do leite longa vida.
A cesta de produtos Abrasmercado, pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras, atingiu R$ 435,29 no mês passado. O valor, quando comparado a novembro de 2014, apresenta elevação ainda mais expressiva, de 15,09%.