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Familiares de menina morta acusam hospital de negligência

Familiares da jovem Rafaela Cristina Souza dos Santos, de 15 anos, que morreu após dar à luz no Hospital Mariska Ribeiro na sexta-feira (24), estão inconformados com a morte da menina e acusam o hospital de negligência. “Não levei a minha filha viva, para trazer ela de volta dentro de um caixão”, disse a mãe Ana Carla Silva de Souza, de 41 anos, muito emocionada.

De acordo com os familiares, os médicos teriam forçado demais o parto. “Colocaram ela no soro, a pressão aumentou e ela teve uma convulsão de eclampse. Só depois disso é que levaram ela para o centro cirúrgico”, afirmou a irmã Daiane Caroline da Silva, de 20 anos.

Rafaela entrou em trabalho de parto por volta das 3h de sexta-feira e até as 14h a equipe médica tentou induzir o trabalho de parto. “Meu neto nasceu com 3 quilos e 335 gramas e medindo 53 centímetros. Minha filha tinha 15, mas tinha porte de 13 anos. Como fizeram uma coisa dessa?”, questionou Ana Carla. Ainda de acordo com ela, durante o processo de trabalho de parto não havia médico na equipe, apenas enfermeiros.

Segundo a mãe, durante a cesariana a menina chegou a ter o útero perfurado, provocando uma hemorragia. A jovem chegou a ser transferida de ambulância para o Hospital de Acari, mas acabou não resistindo e morreu. “Tiveram que arrancar o útero dela fora. Aí entubaram ela e levaram para o Hospital de Acari. Quando cheguei lá ouvi do próprio médico do CTI: ‘Mãe, o que fizeram com a sua filha?'”, lamentou Ana Carla.

De acordo com a direção do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro a paciente era assistida por profissionais da unidade quando apresentou complicações durante o trabalho de parto. Em nota a secretaria Municipal de Saúde alegou que deu todo o suporte necessário.

“A paciente recebeu todo o suporte necessário, sendo transferida imediatamente após o parto para uma unidade de terapia intensiva, onde apresentou rápida piora no quadro e faleceu. O bebê permanece internado na unidade e passa bem. A Secretaria Municipal de Saúde lamenta o ocorrido e informa que toda morte materna é investigada por comissões técnicas especializadas na unidade e na secretaria. A direção do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro permanece à disposição da família da paciente para mais esclarecimentos”.

O bebê, que vai se chamar Miguel Felipe, deve receber alta hospitalar nesta terça (28) e a família agora pretende voltar as atenções para o cuidado do recém-nascido. “Minha filha e o pai do Miguel estavam construindo a casinha deles. Meu genro disse que vai terminar tudo que ela sonhou e vai morar com meu neto lá. Agora preciso ter forças para cuidar do meu neto e ficar com as lembranças dela, que era uma menina alegre e de bem com a vida”, afirmou Ana Carla.

 

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